Centenas de trabalhadores ligados a organizações e movimentos sociais ocuparam por mais de sete horas nesta terça (10) as usinas hidrlétricas de Xingó (na divisa de Alagos e Sergipe) e Sobradinho (Bahia) como parte da jornada de luta da Via Campesina contra o modelo de desenvolvimento do governo federal, baseado em grandes projetos como a transposição de águas do rio São Francisco.

Em Xingó, cerca de 1500 pessoas dos estados de Alagoas, Sergipe, Pernambuco e Bahia ocuparam a Casa de Força da hidréltrica por volta das 9h da manhã e só saírm por volta das 16h30 depois de negociação com um grupamento da PM de Sergipe, formado por cerca de 60 homens.

Em Sobradinho, a ação iniciou por volta das 6h com aproximadamente 700 pessoase foi até as 13h.

Os camponeses não encontraram resistência na entrada e ocuparam área de acesso à sala de controle da Usina.

Policiais militares e federais também negociaram a saída dos manifestantes. “Entendemos que cumprimos nosso objetivo de denunciar esses projetos e essa é apenas uma das ações que estão acontecendo em todo o país”, disse Cícero Félix, da Comissão Pastoral da Terra (CPT).

As duas Usinas foram construídas pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf).

Nas duas ocupações os manifestantes defendem a convivência com o semi-árido, revitalização do rio, regularização fundiária e a paralisação das grandes obras, como a construção de novas barragens e o projeto de transposição.

Na Bacia do São Francisco as ações são articuladas pelos movimentos que fazem parte da Via Campesina junto com outros movimentos, organizações sociais, povos e comunidades tradicionais que formam a Articulação Popular São Francisco Vivo.

Não estão descartadas outras ações nos próximos dias.