O presidente do Fed (Banco Central Americano), Ben Bernanke, deveria inspirar-se na política monetária brasileira, afirma um artigo publicado nesta terça-feira no jornal francês “Le Monde”.
O jornal destaca o recente aumento da taxa de juros de 11,75% para 12,25% imposto pelo Banco Central brasileiro e opina que a “política de juros altos saneou a economia brasileira”. “A taxa de poupança no Brasil é o dobro da dos Estados Unidos, o déficit da balança de pagamentos é moderado, os brasileiros consomem menos do que os americanos e economizam mais.
A taxa de crescimento do país deverá ultrapassar os 4% este ano.” Falando a banqueiros de Massachussets, nos EUA, Bernanke afirmou que as medidas adotadas pelo governo, como os cortes na taxa de juros e nos impostos, ajudaram o país a superar dificuldades econômicas e dissipar os riscos de queda econômica REMÉDIO BRASILEIRO Segundo o “Le Monde”, a alta taxa de juros no Brasil serviu durante muito tempo para bancar investimentos em uma economia de riscos. “Hoje já não é mais o caso”, diz. “A dívida externa do Brasil é inferior a 50% de seu PIB (Produto Interno Bruto), as contas correntes estão perto do equilíbrio e o déficit público é baixo, mesmo que os juros altos aumentem a dívida do governo”.
O jornal diz que o Brasil não está mais na lista dos países de risco desde que a agência de avaliação de risco Standard & Poor\s concedeu o grau de investimento. “Os Estados Unidos estampam um grande déficit em sua balança de pagamentos e está com a moeda fraca.
A taxa de poupança é baixa, às vezes negativa; o governo está mergulhado em déficits mesmo mantendo o crescimento do país”. “Uma política monetária à brasileira poderia remediar esses problemas”, conclui o “Le Monde”.
Do Uol