Cinismo campeia na oposição.

Mídia complacente Do Blog de José Dirceu Parece cândida, mas é hilária a declaração do vice-líder do PFL (hoje DEM), Heráclito Fortes - na Folha, hoje, sob o titulo “Senador do DEM quer expulsão de vice de governadora por gravação “ - desqualificando e querendo expulsar do partido seu companheiro Paulo Feijó.

O senador do Piauí declara: “Crime não se combate com crime, porque o grande instrumento da política é o diálogo, e quando você compromete isso, coloca em risco o restante. É inaceitável o DEM manter o Paulo Feijó, não podemos concordar com as práticas como a registrada uma vez que combatemos tudo isso".

Combatem o que?

Não só não combatem como fizeram da delação e da traição um instrumento da política.

A oposição estimulou não só testemunhas com passado suspeito, como deu guarida a todo tipo de delação, traição, deduragem e chantagem.

Pouco lhe importaram os métodos e antecedentes dos acusadores e testemunhas.

Apóiam e sempre apoiaram todo tipo de campanha para destruir reputações e honra dos adversários.

Usaram e usam todos os métodos que agora condenam.

Piores, ainda, são as declarações do presidente nacional do ex-PFL(DEM), deputado Rodrigo Maia (RJ) sobre o vice gaúcho.

Ele condena Feijó: ”Não se combate algo errado com outro erro.

Não podemos compactuar com isso quando criticamos o governo Lula pelo uso da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e da Polícia Federal para perseguir adversários.

Se tinha indícios de irregularidade, deveria ter encaminhado aos órgãos responsáveis”.

Ou seja, não só condena o vice-governador, mas acha um jeito de associar o fato ao governo federal.

Os dois recebem um tratamento neutro, quase benevolente, já que o escândalo gaúcho continua até agora praticamente inexistente na mídia, que tem lado e partido.

Só mesmo o apoio que tem da imprensa e a omissão desta frente às denúncias contra o PSDB e o PFL-DEM, mantêm esses senhores com esse ar de catões puros, quando tudo prova o contrário.

Aliás, falta um Catão: ainda não li uma palavra sequer do zeloso presidente nacional do PPS, Roberto Freire, sempre cioso de chicotear o governo, mas até o momento, absolutamente silencioso nesse escândalo que envolve também o seu partido.