Como estratégia para esvaziar as denúncias de irregularidades sobre a venda da VarigLog, os governistas vão usar as acusações que envolvem a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), e a empresa Alstom.
Irônica, a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), levantou nesta segunda-feira dúvidas sobre as informações de Denise Abreu, ex-diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), sobre a suposta pressão exercida pela Casa Civil. “O processo de venda da Varig foi acompanhado por todos”, afirmou Ideli. “Na época não apareceu nada.
Mas agora parece que coincidência é o mínimo [que se pode dizer].
Mas vamos ouvir.
Mas o que a gente acha é tudo muito estranho.” Ao ser questionada sobre a pressão do DEM e do PSDB para que a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) preste esclarecimentos sobre as denúncias, a petista lançou um desafio à oposição. “Eles [os partidos de oposição] vão ter de ter moral para investigar, por exemplo, com os casos do Rio Grande do Sul e Alstom não investigam nada”, disse ela.
A oposição quer aproveitar um requerimento que já foi aprovado pela Comissão de Infra-Estrutura do Senado para que Dilma trate da usina de Belo Monte e ela seja convidada a prestar esclarecimentos.
Ideli sinalizou que essa tática foi usada no passado, quando Dilma foi chamada para tratar do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e acabou questionada sobre o dossiê com dados sigilosos do governo Fernando Henrique Cardoso, e não trouxe ganhos para a oposição.
Sem mencionar as críticas dos governistas, o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), afirmou que a intenção é apurar a venda sem ônus da Varig e mais o fato de ter ocorrido para uma empresa de não-brasileiros. “Temos de investigar a fundo o que houve.
Vamos ver o que a Denise tem a dizer”, afirmou ele.