Chávez e as Farc: entenda o “recuo” do bandoleiro Do Blog de Reinaldo Azevedo E essa história de Chávez conclamar as Farc a entregar os reféns e ter afirmado que não há mais lugar para a luta armada na América Latina? É mesmo, é?

Não faz dois meses, os terroristas eram “uma força bolivariana legítima”.

Mudança de posição?

Vamos com calma.

Em primeiro lugar, quem botou as Farc com o rabo entre as pernas foi Álvaro Uribe, presidente da Colômbia, um político verdadeiramente notável, que consegue manter o país legal nos eixos, com um desenvolvimento econômico sólido, sem oferecer trégua aos narcobandoleiros.

Em um mês, o comando central do terror foi dar bom dia ao capeta.

O único que pode não ter contado com um empurrãozinho do presidente colombiano foi Manuel Marulanda, que teria morrido de ataque cardíaco.

Como essa é a versão dos bandidos, eu não acredito.

Espero que ele tenha levado uma bala da democracia no meio da testa.

Em segundo lugar, mas não menos relevante, Chávez era o único líder “importante” (lá pras negas dele, do tipo Marco Aurélio Garcia…) que dava apoio incondicional à guerrilha.

Todos os outros chefes do Foro de São Paulo consideram que o movimento mais atrapalha “a causa” da esquerda latino-americana do que ajuda, especialmente porque a sua ligação com o narcotráfico não é mais uma “acusação da direita”, mas um fato.

A estratégia de tomada de poder das esquerdas no continente se dá, há muito tempo, pela via eleitoral. É por meio das urnas que elas organizam o assalto aos cofres. “Em nome do povo”.

Entendam: com tanta estatal para aparelhar, com tanta empresa aérea para “vender”, com tantas riquezas minerais para explorar e cobrar a porcentagem…

Por que fazer a luta armada? É claro que as Farc atrapalham.

Diante do desmantelamento do comando da guerrilha, restou a Chávez reconhecer o óbvio.

E notem que curioso: agora, o venezuelano é mais duro com os terroristas do que Lula ou Celso Amorim.

Como vocês sabem, o Top, Top, uma das “neguinhas” das Farc, chegou a dizer que o Brasil era “neutro” na caracterização do grupo como “terrorista”: o país deu asilo a um dos seus líderes no exterior, o tal Olivério Medina, e levou a sua mulher para o governo federal.

E o pedido foi feito pessoalmente por Dilma Rousseff, evidenciando o apreço do governo por esses “democratas”.