O Ministério Público do Rio Grande do Sul informou que vai constituir um grupo de trabalho para acelerar as investigações sobre as denúncias de corrupção envolvendo o uso de estatais gaúchas no financiamento público de campanhas eleitorais.

O grupo será composto também por integrantes do Ministério Público Especial de Contas e do Ministério Público Eleitoral.

O procurador-geral de Justiça, Mauro Henrique Renner recebeu hoje a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB).

Renner disse que a atuação do grupo de trabalho será direcionada para “realização de um trabalho efetivo, com a atuação exclusiva de alguns colegas, priorizando os trabalhos que dizem respeito às investigações de desvio de recursos públicos”.

O blog do Josias informa que estão na mira da força-tarefa quatro órgãos públicos e estatais gaúchas: Detran, CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica), Daer (Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem) e Banrisul (o banco estadual gaúcho).

Yeda anunciou no sábado a exoneração de quatro assessores: Cézar Busatto (ex-chefe da Casa Civil), Delson Martini (ex-secretário-geral de Governo), Marcelo Cavalcante (ex-chefe do escritório do Estado em Brasília), além do coronel Nilson Bueno (ex-comandante-geral da Brigada Militar.

Segundo a tucana, as cartas de demissão de Busatto, do ex-secretário-geral de Governo, Delson Martini, do ex-chefe do escritório do Estado em Brasília, Marcelo Cavalcante, e do ex-comandante-geral da Brigada Militar, coronel Nilson Bueno, foram apresentadas na sexta.

Foi a maior mudança no primeiro escalão desde a posse de Yeda, em 2007.

Foi uma resposta à crise política agravada na semana passada com a divulgação de grampos telefônicos feitos pela Polícia Federal e de conversa gravada pelo vice-governador e inimigo político de Yeda, Paulo Feijó (DEM), em que Busatto reconhece o uso de estatais no financiamento de campanhas eleitorais.

O ex-chefe da Casa Civil, que não sabia que sua conversa com Feijó estava sendo gravada, menciona o PP e o PMDB –os maiores partidos da base de Yeda– como beneficiários da prática em órgãos estatais que comandam, o Banrisul (Banco do Estado do Rio Grande do Sul) e o Detran (Departamento Estadual de Trânsito).

Depois, Busatto disse que se referia a contribuições de servidores filiados aos partidos.

As duas siglas, que reúnem 18 dos 55 deputados do Estado, pressionaram Yeda pela demissão.

Da Folha Online