Por Clóvis Rossi Da Folha de S.
Paulo Calcula a revista “The Economist” (a da semana passada) que dois terços da população mundial provavelmente sofrerão inflação de dois dígitos ainda neste verão (está falando, claro, do hemisfério norte, prestes a inaugurar essa estação).
Do jeito que vai a coisa, os brasileiros estarão nesses dois terços, mas no inverno do hemisfério sul.
Afinal, o índice de preços ao consumidor (o consumidor de baixa renda) já chegou a 8,24% nos 12 meses terminados em maio.
Em tese, mas somente em tese, trata-se de ameaça à popularidade do presidente Lula muito maior do que o mensalão, os “aloprados”, o dossiê dos gastos de Fernando Henrique e Ruth Cardoso, a Varig e muitos etcs.
O teorema é simples: popularidade presidencial é razão direta da baixa inflação; a inflação da comida já não está mais tão baixa; os mais pobres gastam mais, muito mais, com alimentação do que os demais; e é entre os mais pobres que a popularidade de Lula é realmente elevada, além de crescente.
Inflação é hoje um fenômeno mundial.
Só aqui na Espanha houve, esta semana, protestos espetaculares dos taxistas e dos pescadores por causa do altíssimo preço do combustível (e foi antes do salto do petróleo na sexta-feira).
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