O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou ontem (6) as restrições impostas pela legislação eleitoral de “lado podre da hipocrisia brasileira”, resultado, segundo ele, do “falso moralismo” do país.
O discurso foi durante cerimônia do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no Planalto. “Você tem o dinheiro, você tem a necessidade, você tem as pessoas que precisam, mas, pelo falso moralismo deste país, parte-se do pressuposto de que um presidente ou governador assinar um contrato com um prefeito é beneficiar o prefeito. É o lado podre da hipocrisia brasileira, em que você pára um determinado tempo porque causa suspeição”, disse.
Ele reclamou ainda que a eleição no Brasil, em vez de ser algo importante para “consagrar a democracia”, faz quem governa ficar um ano “sem governar”.
A legislação restringe repasses de recursos federais para obras novas nos três meses que antecedem a escolha dos prefeitos.
Lula, que já vinha reclamando da regra, ontem subiu o tom.
Em fevereiro, ele havia dito: “Se prevalecesse a lógica de que o governo federal não pode fazer parcerias com os municípios no ano que antecede as eleições municipais ou no ano em que o presidente disputa a reeleição, o que não é o meu caso, significa que, num mandato de quatro anos, você vai governar dois anos”.
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