Acadêmicos, ONGs e estudantes universitários debateram, ontem, os impactos ambientais e de trânsito que poderão ser causados pela construção do Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife.

O evento promovido pela Associação Brasileira de Empresas de Energia Renovável (ABEER) ocorreu no Departamento de Energia Nuclear da Universidade Federal de Pernambuco e contou com a exposição de arquitetos, engenheiros florestais e representante do Greenpeace.

Eles alertam que os 4,25 mil metros quadrados privados de área verde no local tornarão a região mais quente.

A arquiteta e urbanista Onilda Lira, membro da Associação dos Amigos do Parque (Amparque) criticou o fato de a Prefeitura do Recife não resgatar as áreas verdes do bairro. “Já temos bastante concreto.

A ONU (Organização das Nações Unidas) recomenda pelo menos 14 metros quadrados de área verde por habitante, mas o Recife tem 7 e Boa Viagem apenas 0,7 metros quadrados.” Para a engenheira florestal e professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Isabelle Meunier, a prefeitura está perdendo uma oportunidade de retomar a cobertura vegetal da área, de grande extensão e boa localização. “Existe uma comunidade articulada que quer outro tipo de parque”, ressaltou.

A pesquisadora revela que o Recife tem apenas 29,7 hectares de parques públicos, muitos mal arborizados.

Segundo o presidente da ABEER e integrante da Amparque, Fernando Cunha, debates como o de ontem são importantes para manter a atenção da população voltada para o parque. “Nada vai fazer com que deixemos de nos manifestar, mesmo que construam o parque.” Cunha é autor de ações movidas na Justiça contra a construção do Dona Lindu da forma como foi concebido.

O parque foi idealizado por Oscar Niemeyer e seu custo total será de quase R$ 30 milhões.

De acordo com a prefeitura, o projeto contempla teatro, restaurante, banheiros, pavilhão para exposições, ciclovia, pistas de cooper e skate, quadra poliesportiva, área para ginástica e parque de diversões, num terreno de 27 mil metros quadrados.

De Cidades, do JC