A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), acusada de tráfico de influência na venda da VarigLog, disse nesta sexta-feira que foi “vítima de fogo inimigo”.

Em entrevista à rádio Gaúcha, do Rio Grande do Sul, Dilma afirmou que não acredita na existência de “fogo amigo”, mas não citou nomes. “Não acredito em fogo amigo.

Acho que, mais uma vez, isso partiu de fogo inimigo”, afirmou a ministra em entrevista concedida na manhã desta sexta-feira, por telefone ao programa intitulado “Atualidade”.

No programa, Dilma negou as acusações, levantadas por Denise Abreu, ex-diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

Segundo a ministra, sua interferência na venda da VarigLog limitou-se à decretação de falência do grupo para que a empresa pudesse ser vendida. “Existia um grande apelo de diversos segmentos da sociedade para que a Varig fosse salva.

Realmente ela ia se esfacelar.

O que fizemos foi, através da lei de falência, garantir a mínima chance de venda”, afirmou a ministra.

Ao ser questionada sobre o fato de ter sido alvo de denúncias diferentes nos últimos meses, a partir do dossiê com informações sigilosas do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e agora com o caso VarigLog, Dilma evitou tratar em detalhes sobre as razões que teriam motivado essas ações.

Mas, ao comentar o episódio do dossiê que acabou sendo o principal tema das discussões na CPI dos Cartões Corporativos, já concluída, Dilma voltou a citar que a responsabilidade pelo vazamento dos dados foi de José Aparecido Nunes Pires, ex-secretário de controle interno da Casa Civil. “No caso do dossiê, o responsável não está na Casa Civil [Aparecido pediu exoneração do cargo e foi interpelado pela CPI no Congresso].

Todo mundo sabe de onde partiu o vazamento desse documento”, afirmou.

Da Folha Online