Os ex-diretores da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Leur Lomanto e Jorge Velozo confirmaram, em entrevista ao jornal “O Estado de S.

Paulo”, que a Casa Civil atuava para acelerar a tramitação de matérias relacionadas ao caso da companhia aérea Varig na agência. “A ministra (Dilma Roussef) e a Erenice (Guerra, secretária-executiva) diziam que a gente estava criando dificuldades”, afirmou Leur Lomanto. “Não sei se chamaria isso de pressão, mas o problema é que queriam culpar a Anac pela quebra da Varig.

Acho que os advogados, os representantes da empresa, informavam algo ao Planalto, mas a realidade era outra.

Eles não cumpriam as exigências.” Segundo Lomanto, a diretoria decidiu aprovar a transferência acionária da empresa de transporte aéreo de cargas VarigLog para o fundo Matlin Patterson e seus sócios brasileiros, mesmo sem a comprovação de origem de capital e comprovação de renda, “para que amanhã não fôssemos acusados de ter quebrado a Varig”. “Votamos em cima do parecer do procurador, que dizia que não era competência da Anac exigir os documentos”, completou.

Lomanto lembra, contudo, que a decisão original da diretoria da Anac de aprovar o ofício com as exigências de origem de capital e comprovação de renda dos sócios da VarigLog também estava “respaldada em um parecer da Procuradoria da Anac”.

Questionado sobre as circunstâncias que teriam feito o procurador João Ilídio mudar de posição, Lomanto disse que não se recorda. “Surgiu a dúvida se tínhamos competência ou não para exigir os documentos.

Não me lembro bem, mas acho que foi o procurador mesmo que levantou esse questionamento.” O ex-diretor Jorge Veloso disse ao “Estado” acreditar que “o Planalto tenha se mobilizado para acelerar o caso Varig”. “Evidentemente que nós também achávamos que o processo tinha que andar.

A Varig era uma preocupação nacional.

Mas tinha que ser dentro da legalidade e da segurança.” As informações são do jornal “O Estado de S.

Paulo”.

Na quarta, a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu disse que o governo haveria pressionado para escolha do comprador da Varig e da VarigLog durante o processo de recuperação extrajudicial da companhia aérea.

Segundo a reportagem, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a teria pressionado para aprovar a operação de compra da Varig sem checar a origem dos recursos.

A ministra contestou a informação e disse que as informações são falsas.

Do G1