Por Carlos Eduardo Cadoca* Petrolina, Curitiba, Santos, Campinas, São Paulo.

Essas cidades têm uma importante contribuição a dar ao combate à violência no Recife.

Essas e outras cidades do país estão apostando na tecnologia para combater a criminalidade.

Um modelo de sucesso que pretendemos reproduzir no Recife.

Não se trata de nenhuma fórmula mágica. É fato. É realidade e está dando certo.

As prefeituras estão apostando no olhar eletrônico das câmeras para monitorar ruas e avenidas com alto índice de assaltos e locais considerados pontos de tráfico de drogas.

E os resultados têm sido importantes.

Os jornais locais desta quarta-feira trazem notícias que dão uma mostra de como a tecnologia pode ser uma parceira importante no combate a criminalidade.

A instalação de câmeras na maioria dos ônibus do Grande Recife reduziu o número de assaltos.

De acordo com o que foi anunciado, a queda chega a quase 30% comparando-se os quatro primeiros meses desse ano em relação ao mesmo período de 2007.

Por que não levar, então, essa experiência para as ruas?

Por que não ampliar?

A cidade de Serra, no Espírito Santo, começou essa experiência com 12 câmeras e é um sucesso.

Dividiu opiniões entre a população, mas no final das contas, as pessoas querem mesmo é se sentir mais protegidas.

Lá, as câmeras funcionam com um sistema de som acoplado.

E não servem apenas para monitorar.

Servem também para dar um puxão de orelha em quem está cometendo infrações de trânsito.

Se um pedestre atravessa fora da faixa, a advertência é imediata.

Se o motorista fura o sinal ou estaciona em lugar proibido, também vai ser repreendido na hora.

Uma ação simples que é educativa e, ao mesmo tempo, uma arma eficiente contra a criminalidade porque possibilita identificar quem está em situação suspeita. É possível, portanto, prever a ocorrência de um assalto, inibindo-o através de ações preventivas imediatas.

Temos sinais no Recife que são recordistas em assaltos, inclusive com mortes. É o exemplo clássico de que assaltos se repetem no mesmo ponto pela absoluta certeza da impunidade.

Está provado que as câmeras inibem esse tipo de ação.

O marginal será identificado na hora.

O programa de governo que estamos elaborando para apresentar aos recifenses e que está em fase de conclusão traz essa proposta.

Temos um projeto para implantar, de início, trezentas câmeras blindadas, com alta resolução, visão noturna, baterias de apoio em caso de queda de energia, gravação 24 horas e cobertura de 360 graus nos sinais dos cruzamentos mais importantes da cidade e nas áreas de maior movimento de pessoas, como as avenidas Guararapes, Agamenon Magalhães, Domingos Ferreira e Boa Viagem.

Além dos sinais, a entrada e saída das escolas municipais também serão monitoradas.

Isso serve para inibir também o tráfico de drogas. É lá que muitos dos jovens são atraídos para as drogas, se viciam e passam a ser manipulados pelos traficantes.

Uma situação de alto risco.

As câmeras blindadas, cujas imagens serão continuamente gravadas, serão monitoradas por uma equipe central de retaguarda responsável pelas mensagens ao vivo através de auto-falantes acoplados a cada uma delas e também pela comunicação com o CIODS da Policia Militar estadual nos casos em que for constatada a necessidade de ação repressiva imediata.

Os custos dessa iniciativa incluem a instalação e manutenção das câmeras e da central de retaguarda, a comunicação câmera-central de retaguarda, a remuneração da equipe e de todo o sistema de gravação e armazenamento de imagens 24 horas por dia.

Os custos estão sendo estudados, mas já temos informações que dão conta de que é perfeitamente viável realizar essa ação.

Dá pra fazer.

Acreditamos que uma intervenção do tipo, associada a outras intervenções importantes do município, como a melhoria da qualidade da iluminação da cidade, pode ajudar a tornar o Recife um lugar mais seguro.

Não é dever constitucional do município, como se sabe, cuidar da segurança pública, mas é dever do prefeito fazer o que lhe cabe.

O prefeito precisa trabalhar em sintonia com as polícias e com órgãos de segurança, que estão sob o comando do Governo.

Estado e município têm que trabalhar afinados no combate a esse grave problema.

O que não pode é o município ficar omisso, como faz a atual administração.

O problema é grave e tem que ser combatido por todos.

Nós estamos nessa luta. *Deputado federal e pré-candidato do PSC à Prefeitura do Recife, escreve para o Blog às quartas, dentro da série “Recife 2008.

Debate com os prefeituráveis”.