Em audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e Subcomissão Permanente de Promoção, Acompanhamento e Defesa da Saúde (Cassaude), o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou que somente 0,5% da população brasileira (os muitos ricos) não usam os serviços públicos de saúde.

Mesmo os brasileiros de classe média alta quando se acidentam ou precisam de remédios caros para tratar doenças crônicas, por exemplo, apelam para o Sistema Único de Saúde (SUS), segundo o ministro, que defende a aprovação pelo Congresso de fonte de financiamento segura, permanente e exclusiva para o setor.

No debate, proposto pelos senadores Papaléo Paes (PSDB-AP) e Inácio Arruda (PCdoB-CE), o ministro disse que quem ganhou com a extinção da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) foram os bancos e as grandes empresas, pois, na sua opinião, os pobres e a classe média não tinham seus orçamentos afetados pela contribuição.

O ministro debatia com os senadores enquanto se discutia, no Plenário da Câmara, a proposta de criação da Contribuição Social para a Saúde (CSS), com alíquota de 0,1% sobre as movimentações financeiras.

Temporão observou que, se aprovada a proposta, as pessoas que recebem até R$ 3.088 não pagarão a CSS.

Ao responder a perguntas dos senadores Eduardo Suplicy (PT-SP), Flávio Arns (PT-PR) e Kátia Abreu (DEM-TO) - esses dois últimos declararam-se contra a CSS - sobre financiamento da saúde, o ministro afirmou: “O meu orçamento de classe média e da minha família nunca foram afetados pela CPMF.

Os R$ 40 bilhões da CMPF vinham de grandes bancos, grandes empresários.

Isso significa que esses R$ 40 bilhões foram apropriados novamente por essas grandes empresas”, comentou.

Kátia Abreu argumentou que quem deixou de pagar CPMF foi a empregada doméstica no preço do arroz, café e de outros produtos que incorporavam, na opinião da senadora, o tributo.

José Gomes Temporão argumentou ainda que os projetos do ministério visam ampliar e melhorar os serviços de saúde e que, sem os novos recursos, muita gente deixará de ser atendida. “O Brasil tem que entender isto: precisamos investir em saúde.

Fico pasmo quando escuto alguém dizer que o Brasil gasta muito em saúde; é uma frase obscena”, avaliou o ministro.

Da Agência Senado