Em entrevista após reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Cartões Corporativos, nesta terça-feira (3), os deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Índio da Costa (DEM-RJ) informaram que apresentarão, nesta quinta-feira (5), votos em separado ao relatório final do deputado Luiz Sérgio (PT-RJ).
Ambos os parlamentares discordam do teor do relatório e adiantaram que, em seus votos, pedirão ao Ministério Público o indiciamento da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e de outros envolvidos no caso do suposto dossiê sobre gastos com cartões corporativos do governo Fernando Henrique Cardoso.
Carlos Sampaio garantiu que pedirá ainda o indiciamento de outros ministros, como Orlando Silva (do Esporte) e Altemir Gregolim (da Pesca), além de pretender indiciar vários ecônomos (servidores que usam cartões corporativos) suspeitos de cometer irregularidades. Índio da Costa afirmou que pedirá indiciamento de ministros e servidores por crimes como peculato e improbidade. - A oposição não deixará a CPI Mista acabar dessa maneira - afirmou Índio da Costa.
O deputado pelo Democratas disse não fazer diferença para o Ministério Público qual dos relatórios será aprovado na comissão.
Segundo afirmou, os votos em separado, mesmo se forem rejeitados pelos parlamentares, uma vez que a oposição é minoria na comissão, serão encaminhados à instituição e terão para o Ministério Público o mesmo peso que o relatório de Luiz Sérgio. - O Ministério Público não depende de votação aqui.
Para o Ministério Público, o que interessa é se as denúncias estão bem embasadas - disse Índio da Costa.
Durante a reunião, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) sugeriu aos parlamentares oposicionistas que se tente chegar a um acordo para incluir propostas da oposição no relatório do deputado Luiz Sérgio.
Dessa forma, não seria necessário haver votos em separado. - Podemos incorporar questões dos dois outros relatórios e ir em direção a algo que possa ser um avanço para o Brasil - comentou Paulo Teixeira.
A presidente da comissão, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), destacou que as sugestões que não entraram no relatório final poderão ser também apresentadas na forma de projeto de lei.