Do site do Dieese Quando se observa o comportamento dos preços em maio em comparação com os de abril, a maior parte dos itens que compõem a cesta básica teve aumento na maioria das capitais.

Caso se faça a comparação com maio de 2007, verifica-se que sete produtos pesquisados nas 16 capitais tiveram alta em todas elas.

Estes aumentos generalizados devem-se basicamente a fatores climáticos, pressões do mercado internacional e à alta dos insumos como adubos e fertilizantes derivados do petróleo, uma vez que este teve forte aumento.

A carne teve alta, no mês em 15 capitais, e apenas em Brasília houve retração (-2,22%).

As maiores elevações ocorreram em Florianópolis (9,92%) e Curitiba (6,20%).

No período anual, o produto teve aumento nas 16 localidades, com variações entre 16,74%, em Porto Alegre, a 39,09%, em Fortaleza.

O período de maior oferta do produto está no fim e seu preço encontra-se em patamar elevado.

Como a Comunidade Européia reviu sua posição contra a importação da carne brasileira de vários estados, a exportação pode ser mais um fator de pressão para os preços, ainda que haja forte concorrência de países vizinhos como Argentina e Uruguai que praticam preços menores.

Também o arroz teve alta em 15 capitais, com exceção apenas do Rio de Janeiro, onde houve pequena queda (-0,45%).

Os aumentos situaram-se entre 7,03%, em Salvador, e 36,77%, em Florianópolis.

Quinze capitais registraram também aumento em 12 meses no preço do produto.

Neste período, as elevações ficaram entre 13,03%, em Recife, e 47,50%, em Porto Alegre, capital de estado de grande produção do bem e que acabou de colher a 4 safra da variedade agulhinha.

Devido ao anúncio de escassez mundial de grãos, provavelmente há retenção do cereal por parte de produtores e especulação no comércio intermediário.

Como é pouco provável que este quadro se mantenha, a expectativa é de barateamento nos próximos meses.

No caso do pão, o preço ficou estável em Belém, em maio, e caiu em Salvador (-2,55%).

Em 14 capitais, porém, foram verificadas elevações, com destaque para Porto Alegre (10,16%); Brasília (8,63%), Natal (7,80%) e Aracaju (7,64%).

No período anual, os aumentos ocorreram em todas as capitais, com variações superiores a 30,0% em Belo Horizonte (35,35%), Natal (33,57%) e João Pessoa (30,63%).

Apenas em Goiânia (4,48%) a alta ficou abaixo de 10,0%.

Os aumentos do pão estão relacionados ao encarecimento da farinha de trigo, cuja importação está sendo realizada de países mais distantes e com maior custo de frete – como EUA e Canadá, pois a Argentina está privilegiando a exportação da farinha de trigo.

Este produto, que tem seu preço acompanhado na cesta básica das capitais do Centro-Sul do país, teve alta em oito localidades, a maior de 11,11%, em Brasília e a única redução deu-se em Goiânia (-2,63%).

Em comparação com maio de 2007, o aumento foi expressivo em todas as nove capitais, situando-se entre 32,50%, em Vitória e 52,75%, em Goiânia.

O leite teve aumento, em maio, em 13 capitais, com as maiores elevações verificadas em Florianópolis (3,55%) e Goiânia (3,35%).

Em João Pessoa não houve alteração de preço e recuos ocorreram em Brasília (-0,54%) e Salvador (-14,55%).

Em relação a maio do ano passado, o leite teve aumento em todas as 16 regiões, com variações entre 15,15%,, em Goiânia, a 33,33%, em Salvador.

No próximo mês de junho tem início o período de entressafra, quando cai a oferta e há encarecimento do produto.

No entanto, se as condições climáticas forem mais favoráveis, a redução da oferta pode ser menor.

O tomate, produto cujo preço é sempre sujeito a oscilações, teve aumento em 12 capitais, com taxas expressivas em Recife (119,86%) e Natal (43,23%).

As reduções foram observadas em Belo Horizonte (-0,32%), Brasília (-0,39%), Rio de Janeiro (-3,00%) e Goiânia (-9,62%).

Em comparação com maio de 2007, o tomate apresenta aumento em todas as capitais, que chegam a taxas muito elevadas em Recife (217,82%), Vitória (189,83%) e Belo Horizonte (129,85%), mas também registra altas mais modestas, como em Belém (3,50%) e Salvador (9,66%).

O aumento no preço do tomate, além de episódios de especulação, relaciona-se à alta dos adubos e fertilizantes derivados do petróleo, usados na lavoura.