Em debate no Fórum de Publicidade, promovido pela Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade) e Sinapro (Sindicato das agências de publicidade de Pernambuco), nesta terça-feira, o candidato pelo PT à Prefeitura do Recife João da Costa destacou a importância do diálogo aberto com o setor publicitário para consolidar a capital pernambucana como um pólo de referência em serviços modernos.
Segundo ele, a cidade tem apresentado índices de projeção bastante altos no Nordeste, nos últimos três anos.
Hoje, destaca-se como um dos maiores mercados de vendas de imóveis, e uma das capitais de maior taxa de consumo do país. “Dentro desse cenário, o Recife precisa adequar suas políticas públicas com as sociais, para que se torne uma âncora da região.
Dessa forma, atrairemos mais negócios e, conseqüentemente, geramos mais renda para a população e criamos maiores oportunidades para o mercado”, defendeu.
No encontro entre o prefeiturável e representantes do segmento, realizado na sede da TGI Consultoria em Gestão, no bairro do Espinheiro, João da Costa afirmou que o crescimento econômico do Recife é fator imprescindível para consolidar o mercado publicitário pernambucano como um novo pólo em projeção no Estado: o da comunicação, um dos expoentes daquilo que o candidato do PT chama de “pólo de serviços modernos”.
Para ele, o pólo de serviços modernos é uma âncora para o desenvolvimento do Recife, que está integrado à política relacionada a todos os setores econômicos que culminam na melhoria da qualidade de vida da população. “E, por isso, faz-se necessário se discutir também a questão da poluição visual, assunto diretamente voltado aos interesses do mercado publicitário recifense”.
A questão vem sendo colocada em discussão, no Recife, há cerca de um ano, gerando tanta controvérsia aqui quanto o projeto Cidade Limpa criou em São Paulo, em 2006.
Um projeto de lei, com 26 tópicos, já foi editado para apresentação na Câmara de Vereadores, enfoca como um dos pontos principais o problema da poluição visual, decorrente do uso de peças de mídia exterior.
Em cheque está a interferência da propaganda na paisagem urbana e que prejudica o turismo.
A proposta do candidato do PT é colocar o tema em discussão com representantes deste mercado, o que contribuirá para definição das perspectivas para o setor.
Dentro das questões de necessidade dos empresários do segmento, representantes da Abap e Sinapro colocaram também em pauta a discussão de um pleito da categoria sobre a redução da tributação do ISS para as agências de publicidade.
Um problema que vem incomodando empresas de propaganda e que, segundo o candidato do PT, não pode ser discutido sem a realização de um estudo.
De acordo com João da Costa, para se projetar uma redução de receita para um segmento específico é necessário se avaliar para qual setor se repassará essa diferença para que não ocorra perda de receita, atendendo-se assim, inclusive, uma determinação da própria Lei de Responsabilidade Fiscal.
Para o secretário municipal de planejamento participativo, que já conta com o apoio de 15 partidos para sua candidatura à prefeitura do Recife, não há nenhum impedimento para um estudo da redução tributária para as empresas de propaganda.
Contudo, a melhor forma de concretizar essa proposta é incluir o assunto como matéria da reforma tributária, em desenvolvimento pelo Governo Federal.
Mas, numa ação já direta, João da Costa se propôs a intermediar uma comunicação com o secretário de finanças para que representantes do setor possam discutir a questão e obter, em médio prazo, um retorno favorável quanto à redução.
A categoria tem brigado pela redução da tribução de ISS como uma forma de proteger o mercado e combater a ilegalidade, uma vez que inúmeras empresas, sem alternativa, acabam recorrendo à informalidade.
Para os presidentes da Sinapro e da Abap, respectivamente, os publicitários Antônio Carlos Vieira(da Arcos Comunicação) e Queiroz Filho (da Ampla Comunicação), a ilegalidade tem prejudicado a geração de empregos num segmento, que recebe, atualmente, cerca de 700 profissionais por ano.
A grande preocupação hoje é criar uma política pública que também contribua para o crescimento saudável do mercado, de forma que os profissionais que estão saindo das universidades possam ser integrados, evitando, assim, a redução de vagas e o repasse dessa mão-de-obra para outros setores, já estrangulados.
O assunto será discutindo ainda pela categoria nos próximos encontros do Fórum de Publicidade, que trará para debate outros quatro prefeituráveis, em encontros a serem promovidos nos próximos quatro meses.