Por João Baltar Freire O atual modelo de oposição e situação está ultrapassado.
Eventos recentes no jogo da sucessão municipal expuseram os defeitos e contradições das alianças e a relação delas com o futuro mandato.
Falo das tentativas do PMDB de inviabilizar a candidatura do PPS, e do veto sofrido por um integrante do PSB para compor a chapa como vice do PT.
Todas a discussões e argumentos nestes episódios giraram em torno do campo pessoal e partidário.
Nunca em nome de um projeto de governo e do trabalho público exercido pelos envolvidos.
Waldemar Borges, atual Secretário de Estado e um homem íntegro e trabalhador, é rechaçado da chapa do PT por seu passado no PPS, partido que agora é oposição intransigente aos governos federal e municipal.
Raul Henry, até então de temperamento afável, tenta intervir no PV para que este desista de apoiar Raul Jungmann, do PPS, tudo feito através de notinhas de jornal, boatos e reuniões escusas.
E olha que a campanha ainda nem começou…
O triste é que assim como na campanha é o mandato.
Poder Legislativo engessado pelo rolo compressor das máquinas executivas, nível de discussão política baixo, pequenas questões resolvidas como se a política fosse feita com o “fígado” e não com o cérebro.
Ora, a essência da política é sentar com seu adversário, cordialmente e racionalmente e encontrar um equilíbrio de interesses, sendo ideal que ambos tenham interesses públicos acima dos privados, mas estamos longe do ideal.
Propus ao meu Partido, o PPS, que seja retomado o diálogo com a esquerda em Pernambuco, que se trate com maturidade e altivez os deslizes de aliados e que se tente construir um projeto de interesse público, onde as boas idéias e intenções sejam privilegiadas, independente de que corrente política a defenda.
Intransigência só com a corrupção e com a falta de zelo pelo Estado, neste caso não há acordo nem diálogo possível, deve-se apenas aplicar a lei.
PS: João Baltar Freire, filho de Roberto Freire, é militante do PPS no Recife.