Por Wagner Sarmento, em Cidades Duas das três pessoas que confessaram ter assassinado, durante assalto, o soldado do Pelotão de Operações Especiais (Pelopes) do 6º Batalhão de Polícia Militar de Alagoas (BPM-AL), João Praxedes Filho, 44 anos, foram encontradas mortas, na manhã de quinta-feira, em canavial na zona rural do município de Água Preta, na Mata Sul de Pernambuco, a 126 quilômetros do Recife.
Alciano Pereira da Silva, 23, e um adolescente de 16 anos estavam detidos desde o início da semana na Delegacia de Maragogi, no litoral alagoano.
A dupla foi retirada da cela, na madrugada, por oito homens encapuzados que invadiram a unidade policial, trancaram dois agentes na cadeia e fugiram disparando tiros ao alto.
O terceiro acusado de matar o PM, também menor de idade, livrou-se porque havia sido transferido para a Delegacia Regional de Matriz de Camaragibe (AL).
A família de uma das vítimas acusa a polícia de ter praticado o duplo homicídio por vingança.
As vítimas foram achadas em área de difícil acesso próximo ao limite com a cidade de Jacuípe (AL).
Alciano estava com as mãos algemadas.
Cada um tinha pelo menos dez marcas de tiros.
Os corpos seguiram para o Instituto de Medicina Legal (IML) e foram liberados ontem.
Alciano e o adolescente estavam na cadeia da Delegacia de Maragogi desde terça-feira.
Dois dias depois, por volta da 1h, um homem bateu à porta dizendo que queria prestar uma queixa.
Quando o agente saiu, oito bandidos, todos encapuzados e armados, renderam o policial civil.
Um segundo agente, que estava dormindo no alojamento, também foi dominado.
Os criminosos obrigaram os policiais a abrirem a cela onde a dupla se encontrava presa. “Disseram que não queriam nada, só os dois presos”, contou o agente Giuseppe Fiorentino. “Meus colegas falaram que não deu para ver ninguém. À noite, todo gato é pardo”, completou.
A quadrilha arrancou Alciano e o jovem da prisão, trancou os dois policiais civis na cela e jogou a chave fora.
Na saída, os bandidos efetuaram cinco disparos para cima e fugiram levando os assassinos do soldado.
Os agentes rendidos e dez detentos de outra cela gritaram por socorro.
A população arrombou o cadeado com uma pedra e retirou os policiais.