Por Carla Seixas, em Economia Ao contrário do que esperava grande parte dos servidores, o governo do Estado jogou para o próximo dia 30 a apresentação da proposta de reajuste salarial para a categoria.
Havia uma expectativa do funcionalismo de já ter acesso ontem ao índice referente à contraproposta do governo.
Reunido com representantes de 14 entidades sindicais que negociam em nome dos quase 200 mil servidores, entre ativos e inativos, o secretário estadual de Administração, Paulo Câmara, limitou-se a apresentar o valor que o caixa estadual dispõe para negociar o majoramento dos salários deste ano.
São exatos R$ 159 milhões para todos as categorias.
Para se ter idéia de quanto o valor apresentado ontem está abaixo do esperado pelos trabalhadores, o total do pleito dos servidores, se fosse atendido, causaria uma elevação mensal de R$ 260 milhões.
Isso seria somado aos atuais R$ 320 milhões necessários para bancar a folha. “Temos a conduta de colocar para a política salarial do servidor todo o incremento de receita própria.
Para este ano, estamos projetando uma elevação de receita de 12,4%”, explica Câmara.
Ao ser questionado se as últimas declarações do governador Eduardo Campos de priorizar o funcionalismo vinculado às áreas de Segurança e Educação na negociação salarial ainda estava sendo considerada, o secretário afirmou que o direcionamento está mantido. “A gente trabalha com alguns cenários”, afirmou o gestor.
O prazo para o corpo funcional do Estado contar com o majoramento de 2008 já na folha salarial de junho (a data-base da categoria é o dia 1º) é o dia 13, quando há o encerramento da parte burocrática da preparação do pagamento dos salários.
Depois desse período, só entra no pagamento seguinte, sem haver ainda a definição se será retroativo ao período anterior.
Por isso mesmo a categoria já acreditava ter um indicativo de percentual ontem.
No ano passado, a negociação se estendeu até outubro.
REIVINDICAÇÕES Desde abril os servidores, coordenados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), entregaram a pauta de reivindicação ao Estado.
O reajuste médio solicitado é de 9,4%, além da atualização do escalonamento das faixas salariais dos atuais R$ 265, R$ 344 e 620 para R$ 533, R$ 930 e R$ 1.590, correspondendo aos níveis básico, médio e superior, respectivamente.
Eles cobram também a isenção de contribuição do vale-transporte para a primeira faixa salarial, dobrar o vale-alimentação dos atuais R$ 6 para R$ 12, além de reivindicações pontuais de determinadas categorias.