O prefeito João Paulo (PT) terá que explicar a seus opositores a relação entre a Prefeitura do Recife (PCR) e a Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe), organizadora da festa que ocorrerá na próxima quinta-feira, no Marco Zero, em celebração à entrega do título de cidadão recifense ao prefeito.
O presidente da associação reagiu ontem com tranqüilidade às investidas da oposição.
Na sessão plenária da Câmara, o vereador Gustavo Negromonte (PMDB) acusou de “promíscua e imoral” a ligação entre os dois órgãos, já que, nos últimos 18 meses, a Associação foi beneficiada com pelo menos sete contratos com a PCR.
Todos sem licitação, atingindo o valor de R$ 491.200,00. “É razoável que uma entidade que recebeu meio milhão sem licitação da prefeitura faça homenagem de graça?
O prefeito diz que está sendo homenageado, mas homenagem fez ele ao conceder esses contratos”, atacou.
O vereador prometeu enviar um pedido de informação sobre todos os contratos realizados entre a PCR e a Apacepe desde 2001.
Além disso, solicitou ao líder do governo na Casa, Henrique Leite (PT), uma prestação de contas do evento para o prefeito, apelidado de “João Paulo Folia” na Câmara.
A oposição está preocupada com a fonte dos recursos que vão financiar som, músicos, iluminação, palco para os shows.
Segundo o organizador da festa, o presidente da Apacepe, Paulo de Castro, toda a estrutura para os mais de 50 cantores, grupos de dança, blocos carnavalescos e escolas de samba que vão passar pelo Marco Zero foi cedida “espontaneamente” por artistas do ramo da música. “Cada um está compartilhado porque entende que foi importante a passagem de João Paulo na prefeitura.
Eu faço cultura, não faço política.
Faria isso por qualquer um que fizesse o que ele fez”, afirmou Castro.
Ele contou que a idéia da festa surgiu há dois meses. “Quando foi marcada a data para a concessão do título de cidadão ao prefeito, juntamos as coisas”.
Castro explicou ainda que os contratos com a PCR decorrem de propostas culturais apresentadas à prefeitura. “São projetos que não precisam nem devem ter licitação.
A oposição está fazendo o trabalho dela, que é investigar, mas estamos tranqüilos”, garantiu, relatando que a associação recebeu da prefeitura, na verdade, “muito mais” do que o meio milhão citado por Negromonte.
Com informações da editoria de Política