Rio de Janeiro - Um novo estudo que será divulgado na próxima segunda-feira (26) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) constata que o desmatamento voltou a subir na Amazônia – liderado pelo estado do Mato Grosso, responsável por mais de 60% do desmatamento na região.
A informação foi dada hoje (21) pelo novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, ao participar da solenidade na qual apresentou a nova secretária do Ambiente do Rio, Marilene Ramos.
Minc antecipou que o estudo irá apontar a continuidade do aumento da derrubada de árvores na região. “Segunda-feira agora o Inpe vai divulgar uma nova estatística de desmatamento de terra na Amazônia – aquele que detecta o desmatamento em tempo real – e serão dados ruins que indicam aumento do desmatamento e, para variar, mais de 60% ocorreu em qual estado, quem sabe?
No Mato Grosso”, afirmou o ex-secretário do Ambiente do Rio.
Sobre a posição do governador do estado, Blairo Maggi, de que não cederá soldados da Polícia Militar para a Força Nacional Florestal, Minc afirmou que as pessoas, principalmente as que ocupam cargos públicos, têm que assumir suas responsabilidades.
A Força Nacional Florestal é uma das propostas de Minc apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última segunda-feira (19). “O governador Blairo Maggi é um homem público e como tal tem que assumir responsabilidades.
Eu não quero impor nada a ninguém, estou chegando agora, ainda nem tomei posse.
Agora eu acho curiosa essa posição, porque o Blairo, na entrevista dele, até se disse favorável à idéia.” O novo ministro do Meio Ambiente garantiu que a sua gestão adotará algumas estratégias para dialogar com o setor do agronegócio: uma delas será o zoneamento econômico ecológico. “Nós estamos concluindo [este zoneamento] até o final do ano no Rio de Janeiro e vamos estendê-lo ao resto do país.
Há pessoas do setor mais avançado do agronegócio que concordam com esse zoneamento.
Ele estabelece regras claras: aqui pode, aqui não.
E isto já é meio canal de diálogo com o setor.” “Mas tem também um setor que é atrasadíssimo.
Que está convertendo a Amazônia em pasto: primeiro tira a árvore, depois põem o gado e em seguida vão pondo a sua ‘sojinha’ por aqui e por ali”, criticou.
Para Carlos Minc desenvolver a pecuária extensiva na Amazônia não é opor a ecologia ao desenvolvimento, “é opor a tecnologia do futuro, da biogenética e da biotecnologia ao atraso e à regressão que é transformar a Amazônia em pasto". “Então se você trata todo o setor como um só, você acaba jogando o avançado nos braços do setor atrasado.
Nós vamos procurar dialogar com o setor avançado do agronegócio”, garantiu.