O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), e o senador Tião Viana (PT-AC) se desentenderam em Plenário, nesta terça-feira (20), por causa da autoria de um boato sobre a participação do parlamentar amazonense no vazamento do suposto dossiê sobre gastos com cartões corporativos do governo Fernando Henrique Cardoso.
Arthur Virgílio acusou Tião Viana de comandar a repercussão do boato em plena reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos, realizada nesta terça-feira (20).
Segundo o relato do líder do PSDB, Tião Viana o procurou, nesta terça-feira (20), para lhe dizer que um funcionário do gabinete do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse a funcionários do gabinete de Tião Viana que o documento (dossiê) vazado do Palácio do Planalto para André Fernandes, assessor de Alvaro Dias, também fora encaminhado ao gabinete da liderança do PSDB.
Dali, teria seguido para o jornal Folha de S.
Paulo.
Tião Viana teria dito ainda a Arthur Virgílio achar que se tratava de “fogo amigo”. - Decidi tornar isso claro no Plenário e avisei ao senador Tião Viana que o faria, mas desisti porque o funcionário do senador Alvaro Dias negou o fato - contou Arthur Virgílio.
Entretanto, o líder do PSDB no Senado mudou de idéia após o deputado Nilson Mourão (PT-AC) ter tocado no assunto, durante a reunião da CPI Mista.
Segundo Arthur Virgílio, Mourão é “ligado a Tião Viana”. - Estou decepcionado.
Não esperava essa deslealdade de um amigo - reclamou Arthur Virgílio, na presença de Tião Viana, acrescentando que o parlamentar do PT o alertara também sobre o fato de que o boato estava sendo apurado pelo jornal Correio Braziliense, o que teria sido negado a Arthur Virgílio pelo repórter Gustavo Krieger. - Decepcionado estou eu.
Eu avisei ao senador Arthur Virgílio, e a mais ninguém, de que isto me havia sido dito por dois assessores, que ouviram do chefe de gabinete de Alvaro Dias, e que isso já estava circulando entre jornalistas - defendeu-se Tião Viana.
E frisou: - Agi com lealdade para com um amigo e não aceito suspeitas sobre a minha conduta.
Arthur Virgílio, contudo, manteve sua acusação, o que levou os senadores Gerson Camata (PMDB-ES), Wellington Salgado (PMDB-MG) e Papaléo Paes (PSDB-AP) a pedirem que os dois se reconciliassem.