Da Folha Online O ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais) desmontou nesta segunda-feira a defesa apresentada à Polícia Federal por José Aparecido Nunes Pires, apontando como o responsável pelo vazamento do dossiê com informações sigilosas sobre os gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Segundo ele, Aparecido “mandou [a mensagem ao assessor do PSDB] sem pensar” e não por engano, como argumentou aos policiais federais. “Não foi por engano. [Ele] mandou achando que não iria resultar no que resultou.

Eu imagino isso.

Não houve orientação da Casa Civil sobre isso.

Estamos próximos de um esclarecimento”, afirmou Múcio.

O ministro disse ainda que não há intenção do governo em exonerar Erenice Guerra, chefe-de-gabinete da Casa Civil, suspeita de ser a responsável pela ordem de elaborar o dossiê anti-FHC. “Não, em hipótese nenhuma. [Ela] é uma colaboradora excepcional do governo.

O governo precisa dela”, disse.

O depoimento de Aparecido está marcado para amanhã na CPI dos Cartões, assim como o de André Fernandes, assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR).

Fernandes é apontado como o que recebeu a mensagem anexada com o dossiê de Aparecido.

Múcio reiterou que não há temor por parte do governo em relação ao depoimento de Aparecido nesta terça-feira. “Não preocupa em hipótese nenhuma.

O depoimento de amanhã talvez encerre este episódio.

Estamos confiantes de que ele vai dizer a verdade.

A verdade é que se trata de uma comunicação entre amigos”, disse.