O pré-candidato a prefeito do Recife, Mendonça Filho, prometeu, durante o Seminário Políticas Sociais, que vai ampliar o atendimento às famílias atendidas pelo Bolsa Família com o programa “Poupança Educação”, para incentivar crianças e jovens a prosseguirem nos estudos.
Diante de um auditório lotado por mais de 250 líderes comunitários e representantes de ONGs, Mendonça disse que o Bolsa Família é importante, mas que a Prefeitura tem o papel de gerar políticas públicas que ampliem o combate à pobreza associando geração de renda e melhores condições de moradia a um programa de Educação de qualidade.
Não deixa de ser uma estocada nos petistas, que usam o programa como bandeira eleitoral. “A gestão do PT oferece as suas crianças e aos seus jovens a pior educação entre as 27 capitais do País não está cuidando de verdade das pessoas”. “A família que tiver o benefício do Bolsa Família receberá o incentivo do Poupança Educação, pois o combate à pobreza começa pela educação”, afirmou Mendonça.
O tal formato da “poupança” ainda estaria sendo discutido por técnicos. “A idéia é estimular a permanência da criança na escola, através de um rígido acompanhamento da freqüência.
Quanto maior o rendimento do aluno, melhor o valor da poupança”, explicou.
Mendonça disse reafirmou o seu compromisso com o Bolsa Família por acreditar que políticas de transferência de renda são um instrumento importante no atendimento à população mais pobre. “É um dever do poder público e um direito do cidadão, mas o Bolsa Família só não basta.
Temos que agregar ações que possam transformar a realidade dessas famílias”, disse Mendonça.
O Seminário sobre Políticas Sociais foi aberto com a palestra do secretário de Assistência Social da cidade do Rio de Janeiro, Marcelo Garcia, sobre o “Bolsa Família como instrumento de transferência de renda”.
Garcia disse que não se pode pensar em desenvolvimento do país, enquanto parte considerável para população brasileira viver em situação de pobreza, miséria e indigência.
Segundo ele, no Rio de Janeiro, 8 mil famílias não têm banheiro em casa (no Recife são cerca 8,7 mil), enquanto aproximadamente 109 mil famílias vivem do Bolsa Família no país.
E esse programa, criado em 2004, “nada mais é que a junção dos cadastros de outros como o Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, PET, e Vale Gás, criados na gestão anterior”.
Depois da apresentação de Garcia, a economista e consultora em políticas sociais, Cláudia Lira apresentou um diagnóstico da realidade sócio-econômica do Recife, revelando dados que mostram 15% dos adolescentes do Recife entre 15 e 17 anos fora da escola.
Quando a área em questão é a comunidade do Pilar ou a dos Coelhos (ambas no Centro do Recife) esse percentual sobe 25%. “Vamos trabalhar para mudar essa realidade investindo em educação, oferecendo esportes, lazer e cultura para a nossa juventude.
Isso é, também, combater a violência”, afirmou Mendonça.
Segundo os números oficiais, Recife tem 109 mil famílias cadastradas no Bolsa Família, o que corresponde a quase um terço da população.
Segundo Marcelo Garcia, o cadastro do Bolsa Família é um poderoso instrumento para se ter uma “radiografia” da realidade da população.