O Ministério Público Federal de São Paulo investigará se a empresa francesa Alstom cometeu os crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro no Brasil, conforme informou nesta sexta-feira (16) a assessoria de imprensa do órgão.

O MP estadual já investiga se a empresa operou suposto esquema de pagamento de propina a servidores públicos.

A Alstom, especializada em transportes e energia, já é investigada na Suíça por suspeita de pagamento de subornos para obter contratos na América Latina entre 1995 e 2003.

Existem suspeitam de contratos irregulares com o Metrô de São Paulo e de pagamento de propina a parlamentares.

O procurador do MPF Rodrigo de Grandis foi designado para o caso.

Segundo a assessoria, o procurador ainda não recebeu nenhuma documentação, mas começará nos próximos dias a apurar as informações em um procedimento administrativo, que correrá em segredo de justiça.

O Ministério Público Estadual de São Paulo também já investiga o caso.

No último dia 7 de maio, foi aberto um inquérito civil para apurar se a Alstom realizou pagamento de propina a servidores estaduais.

De acordo como o promotor de Justiça designado para o caso, Antonio Silvio Marques, inicialmente apenas as denúncias envolvendo o Metrô serão analisadas.

Mas o caso deve ser ampliado para servidores da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Cesp (Companhia Energética de São Paulo), Eletropaulo, Sabesp e Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP).

Marques informou que os contratos do Metrô com o governo de São Paulo foram remetidos à Promotoria na terça (13), mas chegaram em suas mãos somente na quinta (15). “Por enquanto não dá para falar absolutamente nada, se houve ou não cobrança de propina”, disse o promotor, que aguarda documentos do Ministério da Justiça da Suíça sobre a investigação que se refere à Asltom.

Contratos Segundo informações publicadas na “Folha de S.Paulo” nesta sexta, o Metrô de São Paulo tem dois contratos no valor total de R$ 556 milhões com a Alstom que são considerados irregulares pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).

O Metrô informou ao jornal que uma comissão de sindicância apura os fatos.

A Asltom não quis se pronunciar.