Da Editoria de Cidades do JC Dois detentos morreram e dois ficaram feridos após princípio de rebelião, ontem, no Presídio Aníbal Bruno, bairro do Sancho, Zona Oeste do Recife.

O motivo do motim seria a transferência de nove presos acusados de planejar a morte de dois companheiros, anteontem à noite.

Os revoltosos fizeram uma barricada, por volta das 12h30.

Queimaram paus, colchões e roupas.

O Corpo de Bombeiros foi acionado às 13h10 e enviou viatura.

Já não havia mais fogo, segundo a assessoria de imprensa da corporação.

Agentes penitenciários e policiais militares que faziam a guarda do presídio usaram armas de fogo e balas de borracha para conter os presos.

Durante o confronto, o detento Amaro André de Souza Filho (Pezão) foi ferido à bala no braço e levado para o Hospital Otávio de Freitas, no mesmo bairro, onde deu entrada às 13h25.

Mais de três horas depois, às 17h40, outros três detentos do Aníbal Bruno chegaram de ambulância à unidade de saúde.

Um deles – Adriano de Souza Lima, 32 anos –, morreu em seguida.

José Felipe Miranda da Silva (Pescocinho), 20, passou por cirurgia e morreu às 20h.

Fredson de Lima Barbosa (Candeeiro), 21, foi transferido para o Hospital da Restauração.

O secretário executivo de Ressocialização, Humberto Vianna, disse que os três detentos encaminhados no fim da tarde para o Otávio de Freitas foram encontrados dentro do Pavilhão F, onde teria se originado o motim. “Eles foram espancados por outros presos que os acusaram de roubo”, disse.

A guarda do presídio, segundo ele, deparou-se com os feridos durante inspeção no presídio.

A revista resultou ainda na apreensão de 12 aparelhos celulares, carregadores, um quilo de maconha, além de craque, cocaína, ingredientes de aguardente caseira, balanças de precisão, dinheiro, barrotes e mais de 100 armas brancas como foices e chuços (facas artesanais).

Os presos que tiveram determinada a transferência são acusados de envolvimento no homicídio de Leandro da Silva Xavier (Léo), 24, e Alexandre José de Souza (Alexandre do Peitão), 35.

Segundo o superintendente de Segurança Penitenciária, Isac Wanderley, os nove também estão envolvidos na morte de outros quatro presos.

O Aníbal Bruno tem 17 pavilhões e capacidade para 1.448 presos.

Comporta atualmente 3.594, mais que o dobro.

Hoje ocorrerá visitação, garantiu o diretor do presídio, Geraldo Severiano.