Brasília - A presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos, Marisa Serrano (PSDB-MS) disse nesta sexta que, caso o ex-secretário de Controle Interno da Casa Civil José Aparecido Nunes confirme o nome da secretária executiva da Casa Civil Erenice Guerra como mandante da produção do suposto dossiê com os gastos sigilosos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à CPMI, poderá convocar a secretária executiva para prestar esclarecimentos. “Se o nome de Erenice entrar nessa questão como a mandante da organização desse dossiê, ela tem que ser convocada imediatamente”, disse Marisa.
Ela falou ainda da possibilidade de o nome da secretária executiva da Casa Civil aparecer nas declarações de um dos dois depoentes (José Aparecido ou André Fernandes, assessor do senador Álvaro Dias acusado de ter recebido as informações) à CPMI , pois Erenice tem sido citada com freqüência entre os parlamentares.
Sobre a prerrogativa da comissão de dar ordem de prisão caso José Aparecido minta durante o depoimento à CPMI, a senadora foi cuidadosa. “Se nós tivermos documentos que provem isso [que ele mentiu], é claro, evidente, que a CPMI vai tomar todo o cuidado para não extrapolar na suas funções.
Nossa função de juiz tem que ficar no estrito cumprimento da lei”.
Ela disse ainda que caso haja qualquer tipo de declaração conflitante entre José Aparecido e André Fernandes, poderá ser feita uma acareação.
Segundo a senadora, a base do governo não vai se opor a isso.
A senadora disse ainda que pediu à Polícia Federal a cópia dos depoimentos de José Aparecido e de André Fernandes, que devem chegar à CPMI hoje ou, no máximo, na segunda-feira (19). “A proposta é de que se faça uma reunião fechada para que eu dê conhecimento aos parlamentares sobre o teor desses depoimentos e logo depois, de acordo com as regras de sigilo, vou abrir para a oitiva”, explicou Marisa.
Hoje, José Aparecido está prestando depoimento à Polícia Federal sobre o vazamento de dados sigilosos do governo Fernando Henrique Cardoso.