A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) desmentiu as declarações do professor da Unicamp, Ricardo Molina, sobre as perícias realizadas nas escutas telefônicas da Polícia Federal.
Segundo a entidade, Molina demonstra, nas declarações feitas à Rádio CBN e à revista Consultor Jurídico, desconhecimento de diversos procedimentos adotados pela perícia oficial e, em especial, pelos peritos da Polícia Federal na área de Fonética Forense. “As afirmações de Molina – que garantiu ter identificado irregularidades em todas as centenas de grampos telefônicos feitos pela PF que passaram por ele – não encontram o menor embasamento, algo que é inaceitável para quem se propõe ao exercício pericial.
Agora é hora de ele provar o que disse, e apontar todas as manipulações a que ele se referiu”, declarou o presidente da APCF, Octavio Brandão, após participar da cerimônia de encerramento do curso de Capacitação Nacional em Fonética Forense, realizada ontem em Brasília.
Outro que, durante o evento, se mostrou indignado com as declarações do professor da Unicamp foi o diretor-geral do DPF, Luiz Fernando Corrêa.
Para ele, motivações de cunho pessoal fazem com que “consultores de plantão dêem entrevistas falando em nome da Perícia e, sem o compromisso com a coisa pública, fecham casos e pautam a opinião pública”.
Chefe do Serviço de Perícias em Áudio Visual e Eletrônicos da PF (SEPAEL), o perito criminal federal André Luiz da Costa Morisson lembrou que a prova documental é a própria gravação inserida nos autos, conforme entendimento do próprio Judiciário.
E que não há necessidade de se periciar todo o material, a não ser quando há dificuldades de entendimento devido à má qualidade do material, ou quando pairar dúvida da autoria da voz, da autenticidade da gravação ou do conteúdo registrado. “É claro que isso é feito após apontamento devidamente fundamentado pela parte do trecho de interesse, e com a autorização do juiz, a fim de se evitar pedidos meramente protelatórios”, completou Morisson.
Falando em nome da APCF, o perito criminal federal Paulo Max concedeu uma entrevista à Rádio CBN, onde rebateu todas as inverdades comentadas dois dias antes por Ricardo Molina.
A entrevista está disponível no link abaixo.