Luana Lourenço, da Agência Brasil Os 10% mais pobres do país gastam 32,8% de seus rendimentos com impostos.

Já para os 10% mais ricos, a carga tributária representa 22,7% do total da renda.

O diagnóstico foi feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no levantamento Justiça Tributária: Iniqüidade e Desafios, apresentado hoje (15) durante seminário sobre reforma tributária no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). “A riqueza permanece pessimamente distribuída entre os brasileiros”, aponta o estudo do Ipea.

Os 10% mais ricos ainda concentram 75% da riqueza do país.

De acordo com o levantamento, a diferença entre o percentual da carga tributária sentida pelas duas camadas sociais deve-se ao peso dos impostos diretos, que incidem sobre o consumo. “É sabido que a tributação indireta tem características regressivas, isto é, incidem mais sobre os mais pobres, enquanto a tributação direta possui efeitos mais progressivos, incidindo mais sobre os mais ricos”.

A tributação direta é calculada sobre renda e patrimônio.

Segundo o Ipea, os mais pobres pagam, proporcionalmente, três vezes mais Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que os ricos.

O imposto equivale a 6% dos rendimentos dos pobres e 5,7% da renda dos mais ricos.

O levantamento também mostrou que em 2006, o Índice de Gini, parâmetro internacional que mede a desigualdade social de uma população foi de 0,56.

O índice varia de zero (perfeita igualdade) a um (completa desigualdade).

O resultado de 2006 é melhor que índices de anos anteriores, mas ainda é praticamento o mesmo medido na década de 1970.