O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), acredita que José Aparecido Nunes Pires, o secretário de Controle Interno da Casa Civil, José Aparecido Nunes Pires, suposto responsável por vazar o dossiê montado pelo governo com dados sigilosos de gastos do governo FHC, possa confirmar no depoimento que Erenice Guerra, secretária-executiva da Casa Civil, mandou montar o dossiê. “E, no dia em que a Erenice cair, a ministra Dilma estará em maus lençóis”, afirmou ele em entrevista publicada na edição desta terça do jornal O Estado de S.

Paulo.

Virgílio deverá insistir também na convocação de Dilma pela Comissão de Constituição e Justiça.

Conforme revelou reportagem publicada em VEJA desta semana, Nunes Pires já ameaçou revelar a identidade do autor do dossiê.

O depoimento do secretário deverá acontecer ainda nesta semana.

Além de Nunes Pires, também falará à CPI o assessor André Fernandes, que trabalha no gabinete do senador Álvaro Dias (PSDB-PR).

Nunes Pires enviou a Fernandes o e-mail contendo os dados do dossiê.

Num primeiro momento, o governo deu pistas de que tentaria impedir a convocação do secretário.

Depois, tiveram de mudar de posição. “Somos favoráveis porque, se ele não for, vão dizer que o governo está escondendo alguma coisa”, diz o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. “Essa é a orientação do governo”, falou Jucá.

O relator da CPI, o petista Luiz Sérgio (PT-RJ), explicou a mudança de posição sobre a convocação. “Estamos diante de uma situação que não tem saída: eles têm de ir à CPI e se explicar.

Se não forem, a CPI se desmoraliza.

Ninguém pode pedir um sacrifício para que nós não os convoquemos.” A convocação, porém, ficará restrita aos dois assessores.

O governo deixa claro que fará de tudo para impedir que a ministra Dilma Rousseff seja chamada.