Antes de cair, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, deu entrevista em Brasília afirmando que o estímulo ao crescimento da produção do país, o que inclui a área de biocombustíveis, “não pode neutralizar” os esforços feitos pela preservação ambiental, inclusive porque há dependência entre os fatores.

Ela era vista dentro do governo como um entrave ao PAC.

Até o presidente Lula, em discursos, criticava o Ibama e os bagres que tinha que preservar para não tocar usinas no Rio Madeira. “Nossa economia depende 50% da nossa biodiversidade.

Quem destruiria sua galinha dos ovos de ouro?”, comparou a ministra, ao defender uma “nova narrativa” para o crescimento do país, baseada no desenvolvimento sustentável durante lançamento do Programa Brasileiro de Inventário Corporativo de Gases de Efeito Estufa.

Segundo Marina Silva, além da utilização de terras férteis e de recursos hídricos pelos setores produtivos, o regime de chuvas do país depende da manutenção da Floresta Amazônica.

A ministra voltou a afirmar que “o Brasil não quer ser a Opep [Organização dos Países Exportadores de Petróleo] dos biocombustíveis”, ao contrário do que dizia Lula, até em público.

A organização foi criada em 1960 para centralizar e unificar a política petrolífera dos países membros, que inclui controle de preços e do volume de produção, com poder de pressão sobre o mercado. “Queremos dar nossa contribuição em relação aos biocombustíveis, mas observando nossa capacidade de suporte.

E de forma que não comprometa a segurança alimentar nem a questão ambiental”, apontou.