O deputado Dr.

Rosinha (PT-PR), vice-presidente do Parlamento do Mercosul, defendeu a convocação do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) para prestar depoimento à CPI mista dos Cartões Corporativos. “Álvaro Dias mentiu no plenário do Senado, no início de abril, ao dizer que não sabia de nada sobre o vazamento de informações da Casa Civil”, afirmou Dr.

Rosinha. “Não basta convocar os dois servidores que trocaram e-mails.

A CPI precisa ouvir também o próprio senador Álvaro Dias, principal suspeito de ter tornado público o suposto dossiê.” Conforme laudo do ITI (Instituto de Tecnologia da Informação), órgão vinculado à Casa Civil, os dados teriam sido passados por e-mail a André Eduardo da Silva Fernandes, assessor de Álvaro Dias.

O autor da mensagem seria o servidor José Aparecido Nunes Pires, lotado na Casa Civil.

No último dia 2 de abril de 2008, no plenário do Senado, Alvaro Dias negou saber a autoria do vazamento de dados na Casa Civil. “Se eu soubesse, senadora Ideli, quem vazou a informação do Palácio do Planalto, eu diria, eu denunciaria.

Ocorre que eu não sei”, afirmou o senador, num aparte concedido por Ideli Salvatti (PT-SC).

Na ocasião, o deputado Dr.

Rosinha já havia defendido uma investigação do Conselho de Ética do Senado sobre Álvaro Dias por eventual quebra de decoro parlamentar. “Se o próprio tucano reconhece que teve acesso a um documento ilegal, por que não acionou o Ministério Público e a Polícia Federal?”, questionou o parlamentar petista.

Já em entrevista concedida na sexta-feiraà rádio CBN, Dias disse que sabia quem tinha passado as informações para seu assessor, mas não revelou porque ele havia pedido sigilo da fonte. “O importante é quem ordenou usando a máquina pública com o objetivo de fazer chantagem política.

Quem vazou o dossiê já se sabe.” Dr.

Rosinha elogia análise publicada pelo jornalista Luis Nassif em seu blog. “O único senador que tomou contato com o tal dossiê - pelo que se sabe até agora - foi Álvaro Dias.

E os dados vieram através da iniciativa de um funcionário da Casa Civil que tinha relações pessoais com seu assessor”, escreve Nassif.

O jornalista observa que não há nenhum indício de chantagem, como foi insinuado inicialmente pela revista “Veja”.

Para Nassif, não foi chantagem, foi uma armação para tentar “queimar” a ministra Dilma Roussef (Casa Civil). “Só existe uma certeza: o senador Álvaro Dias atuou como cúmplice”, conclui Luis Nassif.