Jeferson Ribeiro, do Terra O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que o seu assessor, André Fernandes, está disposto a prestar depoimento na CPI mista dos Cartões Corporativos.

O parlamentar negou ainda que repassou à revista Veja as informações passadas por e-mail para Fernandes pelo secretário de Controle Interno da Casa Civil, José Aparecido Nunes Pires, com dados sobre os gastos pessoais com cartões corporativos do ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, enquanto estava no cargo.

Fernandes foi apontado por uma sindicância da Casa Civil como o destinatário dos e-mails enviados por Pires.

Nas mensagens, segundo a investigação, estava anexado um suposto dossiê sobre gastos de Fernando Henrique.

O secretário da Casa Civil confirma a troca de e-mails, mas nega ter enviado o arquivo. “Ele (o assessor André) está à disposição da CPMI.

Ele quer prestar os esclarecimentos lá”, afirmou Dias.

Segundo ele, Pires também deve ser convocado. “Isso vai depender do governo, que comanda a CPI.

Se eles tiverem certeza de que ele será leal à cartilha do governo, deve ser chamado.

Se não, eles podem impedir o depoimento”, disse o tucano.

Dias confirmou que foi ouvido pela Polícia Federal no dia 30 de abril para prestar esclarecimentos sobre a troca de e-mails entre seu funcionário e o servidor da Casa Civil. “O delegado foi até o meu gabinete para pegar o depoimento.

Uns dias depois eu o telefonei para dizer quem tinha vazado o dossiê do Palácio do Planalto”, afirmou.

O senador nega que tenha vazado as informações que chegaram ao computador do seu assessor para a revista Veja, que denunciou o suposto dossiê em sua edição do dia 26 de março. “O vazamento ocorreu no Planalto.

Eu não passei os dados para a Veja.

Eles devem ter tido acesso por outras fontes.

Eu denuncio crimes e falcatruas quando tomo conhecimento e fiz isso da tribuna do Senado depois da publicação da Veja”, explica o parlamentar.

Apesar da negativa, Dias confirma que pediu a seu assessor que conseguisse a íntegra do suposto dossiê e que a recebeu cerca de 10 dias antes da circulação da revista. “Ele me informou que um dossiê estava sendo preparado e eu pedi a ele que conseguisse o material.

Ele disse que iria tentar, mas pediu que sua fonte fosse preservada, porque havia entre eles uma amizade de 20 anos.

Eu tive acesso às informações uns dez dias antes da publicação”, conta Dias.

Ele voltou a dizer que o mais importante agora é descobrir quem confeccionou o suposto dossiê e quem mandou produzi-lo. “O José Aparecido pode dizer quem fez e quem mandou fazer o dossiê”, afirmou.