Joana Rozowykwiat, no JC deste domingo Não é só em Minas Gerais que o PT, do presidente Lula, poderá se coligar com o PSDB, principal sigla de oposição no plano federal.
Em Pernambuco, tucanos e petistas também encontram-se em campos adversários.
Mas, em pelo menos duas cidades, deverão estar no mesmo palanque este ano.
Em Limoeiro, Agreste, a composição já está praticamente decidida.
E em Aliança, Mata Norte, o assunto é polêmico e o diretório estadual do PT ainda espera reverter a parceria.
A união dos partidos, ferrenhos adversários, tem gerado muita discussão.
O caso mais emblemático é o de Belo Horizonte, onde o PT decidiu abrir mão de lançar candidato próprio, para coligar-se com PSDB e PSB.
A decisão desagradou a direção nacional, que havia orientado a legenda a aliar-se apenas com siglas da base do governo Lula.
O argumento da nacional é que a aliança afetaria as articulações para as eleições presidenciais, pois o governador Aécio Neves (PSDB-MG) é cotado para disputar a cadeira de Lula em 2010.
No início do mês, no entanto, o próprio Lula afirmou que cada município deve decidir sobre alianças de acordo com a “realidade local”.
Em Pernambuco, a demora na composição da executiva estadual do PT atrasou o mapeamento da situação geral do partido nos municípios.
Já se sabe, no entanto, que a tão desejada unidade da base não se concretizará em várias cidades.
E o alinhamento com legendas oposicionistas é realidade no plural universo das divergências regionais.
Assim, o partido se prepara para administrar alianças esdrúxulas, como a dobradinha PT-PSDB.
Não estão descartadas parcerias dessa natureza, mas desde que o PT não tenha viabilidade eleitoral para lançar chapa própria e essas postulações representem, localmente, o projeto mais progressista.
Nesses casos, a disputa não poderá ser estadualizada ou nacionalizada.
Os municipais do PT terão relativa autonomia.
O estadual quer evitar uma postura intervencionista e vai discutir cada caso.
Mas, se necessário, poderá atuar para mudar o cenário.
Na próxima terça, acontece o primeiro encontro do Grupo de Trabalho Eleitoral do PT estadual (GTE).
A idéia é estabelecer um calendário para acompanhar cada cidade e atuar onde for necessário.
A expectativa é de que outros casos como os de Aliança e Limoeiro apareçam.