Da Folha Online, em Brasília O relator da CPI dos Cartões Corporativos, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), atribuiu nesta sexta-feira ao senador Álvaro Dias (PSDB-PR) a responsabilidade pela montagem do dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com cartões corporativos.
Apesar do laudo do ITI (Instituto de Tecnologia da Informação) ter apontado que o dossiê saiu pronto da Casa Civil, Sérgio disse à Folha Online que Dias pode ter manipulado informações do banco de dados do órgão para divulgar o dossiê. “Um fato que seria muito esclarecedor seria saber se o André Fernandes [assessor de Álvaro Dias], ao receber o material, manipulou esses dados ou não.
Se ele manipulou dados do Suprim [controle de suprimento de fundos da Presidência da República], isso é muito grave”, afirmou Sérgio.
O relator disse que precisa esclarecer se Álvaro Dias divulgou para a imprensa o material recebido da Casa Civil ou se manuseou os dados de acordo com o seu próprio interesse. “O senador Dias, ao repassar as informações para a imprensa, passou o que efetivamente recebeu ou manipulou os dados?
São perguntas que estão sem resposta”, disse o relator.
Reportagem da Folha aponta Aparecido como responsável pelo vazamento do dossiê depois que o ITI e a Polícia Federal flagraram uma troca de e-mails entre o secretário da Casa Civil e o assessor de Dias.
O governo nega que tenha produzido qualquer dossiê, mas confirma que montou um banco de dados com base em informações do Suprim com gastos da gestão FHC.
O objetivo do banco de dados, na versão governista, seria apenas de organizar informações relacionadas ao governo anterior.
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), ironizou a ilação do relator ao reafirmar que a responsabilidade pela montagem do dossiê é exclusiva da Casa Civil.
O tucano disse que Dias não teve qualquer envolvimento no episódio uma vez que apenas recebeu um material montado no Palácio do Planalto. “O dossiê existe, ao contrário do que a ministra Dilma Rousseff [CASA CIVIL]jura de pé junto.
O dossiê foi feito na Casa Civil, as coisas estão muito próximas da ministra.
Tudo o que eu quero é que o Aparecido diga o que saiba e desapareça.
Eu não vejo envolvimento nenhum do senador Álvaro, ele apenas recebeu o material como poderia ter chegado a mim”, afirmou.
Na opinião do tucano, o secretário apontado como responsável pelo vazamento é apenas a “ponta do iceberg” em um esquema político que teve como objetivo prejudicar o ex-presidente FHC.