Por Carlos Eduardo Cadoca O que justifica uma cidade violenta como o Recife ser tão escura?

Seria falta de recursos?

Falta de interesse?

Falta de prioridade?

Seja lá o que for, ou qualquer que seja a resposta, não tem explicação.

Uma cidade violenta como a nossa não pode criar ambientes ainda mais favoráveis à prática de crimes.

A escuridão permite a abordagem mais fácil e sorrateira de marginais contra pedestres, motoristas, estudantes, trabalhadores.

Contra o cidadão de bem.

Principalmente o que mora em áreas mais distantes e precisa percorrer algum trechos a pé para chegar em casa.

E mais: a precariedade da iluminação também dificulta a ação da Polícia.

Pior ainda, em bairros e comunidades onde os índices de criminalidade e de periculosidade são mais altos.

Quem anda no Recife sabe.

A escuridão na cidade não tem fronteira.

Em todo lugar que você vai, da Zona Norte à Zona Sul, o cenário é o mesmo.

Ruas e avenidas muito mal iluminadas.

Ou totalmente sem iluminação.

Todo mundo tem medo de circular à noite no Recife.

São muitos casos de assaltos, sem que a administração municipal tome providências.

A segurança, é verdade, é constitucionalmente dever do Estado, mas o problema é tão grave, tão grave, que um prefeito não pode se omitir.

Tem que fazer a parte dele.

E é exatamente em intervenções desse tipo – cuidando bem da cidade – que pode dar uma importantíssima contribuição.

São muitas as reclamações.

O problema está aí, na cara, mas não se resolve.

A imprensa já denunciou várias vezes.

Gastou páginas e páginas de jornal para tratar do problema e cobrar soluções.

Até agora, só promessas.

O fato é que problema foi tratado de maneira midiática pela atual administração.

E só.

O alardeado projeto Reluz, ao que me consta já mudou até de nome, não sai do canto.

Quase oito anos se passaram e a situação não muda.

O sistema de iluminação do Recife é antigo.

Precário.

Obsoleto.

A última grande intervenção ocorreu há quase vinte anos.

De lá pra cá, cidades próximas como Fortaleza e Natal executaram o seu Reluz.

O que colaborou, inclusive, para sensível redução nos cofres públicos de despesas com energia decorrente da iluminação pública.

O que o Recife não fez.

Mesmo sendo uma das capitais mais importantes do Nordeste.

O que se vê são pouquíssimas ações pontuais, a exemplo da Avenida Boa Viagem e da Avenida Beira Rio.

E o resto da cidade?

Por que quando se planejou a melhoria da iluminação da Avenida Boa Viagem não houve a ampliação do projeto para outros cruzamentos perigosos, onde há registro de vários casos de assaltos, inclusive com morte, como é o caso de alguns sinais da Domingos Ferreira?

E por que não olhar para os cruzamentos perigosos nas diversas áreas da cidade, como o do cruzamento da Estrada dos Remédios com a Abdias de Carvalho e diversos outros em Casa Forte, Torre, Madalena e Caxangá, que estão às escuras ?

Temos notícias que está para ser assinado nos próximos dias, talvez ainda essa semana, um convênio entre a Chesf e a Eletrobás.

E esse convênio vai viabilizar outro convênio, dessa vez entre Chesf e Prefeitura do Recife, para dar o pontapé inicial no tal projeto Reluz, que tem orçamento de R$ 64 milhões.

Bem, se isso realmente acontecer, ótimo.

Melhor ainda se a administração municipal cumprir a promessa tantas vezes alardeada e não cumprida.

Ficamos no aguardo.

Afinal, é como se diz no popular: antes tarde do que nunca. *Deputado federal e pré-candidato à Prefeitura do recife pelo PSC, escreve às quartas para o Blog, dentro da série “Recife 2008.

Debate com os prefeituráveis”.