Do Jornal do Commercio Os homens acusados de planejar e executar o assassinato do prefeito de Floresta Oscar Ferraz Filho, em abril de 1999, foram condenados nesta terça-feira, por unanimidade, por homicídio duplamente qualificado, em júri popular que durou cerca de 13 horas.
O julgamento teve início às 9h no Fórum do Recife, na Ilha Joana Bezerra, e só acabou às 22h20, momento em que o juiz Ernesto Bezerra Cavalcanti proferiu a sentença.
Apontado como responsável por efetuar os disparos contra o prefeito, Marcos Klério Alves dos Santos, conhecido como Keu, foi condenado a 16 anos de prisão em regime fechado.
Já José Ronaldo Siqueira, o Noguinha, acusado de planejar o assassinato e emprestar a moto utilizada no homicídio, recebeu pena de 13 anos de prisão, também em regime fechado.
Após a leitura da sentença, o advogado de defesa dos réus, Djair Novaes, entrou com pedido de apelação. “Não concordamos com a pena que foi dada aos réus e, por isso, já entrei com a apelação”, explicou.
Marcos e Ronaldo já estavam presos há quatro e sete anos, respectivamente.
Eles vão cumprir o resto da pena na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá. “Como já passaram um tempo preso, vamos analisar se já podemos entrar com pedido de progressão de pena”, completou o advogado.
Segundo a promotoria, o crime foi motivado por histórica briga entre duas famílias da cidade.
A mandante do assassinato, Sandra Rejane Barros Bezerra Novaes, já foi julgada e condenada, em 2006, a sete anos de prisão.
Sandra Rejane é viúva de Vital Novaes, que havia sido assassinado cerca de um mês antes de Oscar Ferraz.
O homicídio do prefeito, de acordo com a promotoria, seria a vingança da morte de Vital.
O Ministério Público solicitou revisão no caso de Sandra Rejane. “A pena foi branda.
Queremos que seja revisto porque trata-se de um homicídio duplamente qualificado, pois a vítima foi pega de surpresa e o crime motivado por vingança”, explicou o promotor André Rabêlo.
Rabêlo disse ter gostado da pena aplicada aos réus. “Foi por unanimidade.
Marcos poderia até ter pego uma pena maior, porque foi efetivamente quem atirou no prefeito, mas o fato de ter bons antecedentes criminais pesou”, explicou.
No julgamento de Marcos Klério e José Ronaldo, parentes e amigos do prefeito fizeram questão de presenciar a audiência.
Os familiares de Oscar Ferraz utilizaram camisas pretas com a foto da vítima.
Após a leitura da sentença, entretanto, não quiseram comentar a decisão do júri.