Do UOL A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, foi convocada pela Comissão de Infra-Estrutura do Senado para depor sobre o PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento.

Mas a oposição, como anunciado, questionou a ministra sobre o dossiê anti-FHC, que foi feito pela Casa Civil após o escândalo com os cartões corporativos do governo Lula.

Mais uma vez ela negou a existência do dossiê e admitiu o vazamento de dados.

E, na opinião do professor do Instituto de Ciência Política da UnB, David Fleischer, a ministra se saiu bem.

Para Fleischer, a estratégia da oposição ajudou a fortalecer a ministra da Casa Civil. “O que a oposição fez foi de grande apoio à ministra Dilma”, disse o professor, em entrevista ao UOL.

Segundo ele, “a linha de inquisição do senador (Agripino) Maia foi de grande apoio à posição da Dilma e enalteceu muito a posição de que ela sofreu com a tortura”.

Ele destacou também que a estratégia do governo foi mais bem sucedida e “serviu para esclarecer a posição da Casa Civil”. “(O depoimento) colocou claramente que o banco de dados foi feito a pedido do TCU, para responder a dois pedidos de informação feitos pelo senador Arthur Virgílio (PSDB-AM)”, afirmou Fleisher.

O depoimento também aumenta as chances de que a ministra seja candidata à Presidência em 2010. “Ela mostrou que tem capacidade de responder calmamente durante um bombardeio político.

Esse tipo de diálogo e tiroteio é muito comum em campanha política.

Cada vez que ela se defende ela fica mais forte como personagem política.” Enquanto o governo não decide qual será seu candidato, Dilma será “usada como um biombo para levar todos os tiros nos próximos meses, enquanto o governo tem tempo de escolher um candidato definitivo” - algo que só deve ocorrer em 2010, na opinião do professor.