São Paulo - Parlamentares, funcionários do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES) e pelo menos onze prefeituras paulistas podem estar envolvidos com o esquema de fraudes em financiamentos do banco, prostituição e tráfico de pessoas, investigadas na operação de Santa Tereza, da Polícia Federal.

A afirmação foi dada pela procuradora da República Adriana Scordamaglia, na sede do Ministério Público Federal em São Paulo.

A procuradora afirmou que os funcionários do BNDES, ainda não identificados, foram citados nas interceptações telefônicas e também existem pessoas, igualmente ainda não identificadas pela polícia, que trocaram e-mails com os envolvidos e que serão investigadas.

A operação da Polícia Federal investigou uma organização crimininosa, que fazia uso de pessoas com influência política no BNDES, para conseguir a liberação de empréstimos para prefeituras e empresas, e que se aproveitavam de projetos falsos elaborados por uma empresa de consultoria.

O dinheiro recebido do BNDES era usado em uma casa de prostituição e de tráfico de mulheres, em São Paulo, e então era legalizado (ou “lavado”).

Nessas investigações, foram comprovadas fraudes em pelo menos três financiamentos solicitados junto ao BNDES: dois para melhorias na rede varejista Marisa e outro para obras da prefeitura de Praia Grande, na Baixada Santista. “Apenas nesses três empréstimos, os envolvidos receberam R$ 2 milhões de propinas”, disse Adriana Scordamaglia.

De acordo com a procuradora, as investigações da Polícia Federal também apontam para a participação no esquema do deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical. “A suspeita é que ele faz parte também do desvio de verbas do BNDES”, disse.

Segundo ela, a suspeita de participação do deputado surgiu quando o nome Paulinho foi citado mais de uma vez durante o monitoramento telefônico. “Há indícios de que seja ele pelas ramificações das investigações.

Na verdade, em algumas vezes não foi só citado o nome Paulinho.

O nome foi citado em um contexto em que se faz supor que seja ele”, afirmou a procuradora.

Com agência Brasil