Do caderno de Cidades do JC de hoje O resultado da primeira etapa do concurso para professor da rede estadual de ensino, divulgado ontem, revelou uma realidade preocupante: a precária qualidade da formação dos docentes.

De um total de 27.538 candidatos, somente 6% passaram, ou seja, 1.679 conseguiram tirar nota igual ou superior a seis, pontuação mínima exigida para assegurar a aprovação.

Noventa e quatro por cento foram reprovados.

Nas áreas mais críticas, português e geografia, 72% e 60% dos professores, respectivamente, não somaram mais que quatro pontos.

O baixo desempenho vai obrigar a Secretaria de Educação de Pernambuco a convocar um novo concurso, em agosto, uma vez que apenas 692 mestres, ou 2,5% dos candidatos, têm condições de, nesta seleção, ocupar as vagas oferecidas.

As provas do concurso foram aplicadas na primeira quinzena de abril.

O edital previa a contratação de 1.702 pessoas, mas por meio de um projeto de lei aprovado na Assembléia Legislativa, o governador Eduardo Campos conseguiu autorização para criar outros 1.452 novos cargos.

Na prática, portanto, seriam chamados 3.154 docentes.

Havia vagas para 16 matérias, sendo matemática e português com maior número (323 e 249).

Disciplina pedagógica e história foram as mais concorridas (63,3 e 35,5).

Todos os candidatos responderam uma prova com 80 questões objetivas, sendo 10 de português, 30 de conhecimentos pedagógicos e 40 da disciplina a que estavam concorrendo.

Os candidatos de português também fizeram uma redação. “Decidimos, neste concurso, aumentar o ponto de corte porque queríamos qualificar melhor a seleção.

Em vez de a nota mínima ser 3,5, como foi em 2006, neste concurso passou para 6.

Esperávamos suprir a necessidade da rede, mas não conseguimos.

Infelizmente o resultado foi este”, observou o secretário estadual de Educação, Danilo Cabral. “Mas não vamos abrir mão dessa nota.

No próximo concurso manteremos 6 como ponto de corte, pois não vamos colocar no serviço público pessoas que não têm qualificação”, complementou Danilo.

A situação mais grave é em matemática, que teve a maior quantidade de vagas abertas, 323, e o menor percentual de preenchimento, 11%.

A segunda etapa do concurso consiste na prova de títulos.

Não é eliminatória, apenas classificatória, o que significa que os 1.679 professores aprovados na primeira fase terão que apresentar a titulação para contagem dos pontos.

Desses, 692 passaram na disciplina e no local para o qual se inscreveram.

Os outros 987, embora aprovados, não conquistaram a vaga que pleiteavam.

Por isso, só depois do resultado final do concurso, previsto para ser divulgado em 30 de maio, a Secretaria de Educação fará o remanejamento desses últimos e saberá quantas vagas, por disciplina, terão que ser reabertas.