Do caderno de Política do JC Brasília- Desaparecido desde que estourou o escândalo no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), Paulinho da Força Sindical, terá de dar explicações hoje à cúpula do seu partido e poderá ser investigado pela Corregedoria e pelo Conselho de Ética da Câmara pelo suposto envolvimento no esquema de propina para a liberação de empréstimos a prefeituras.

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), decide hoje se encaminha ou não à Corregedoria da Casa um pedido de investigação do pedetista.

E o P-SOL discutirá em reunião da Executiva se entra com representação contra o deputado no Conselho de Ética.

O deputado – que teria recebido mais de R$ 350 mil de propina – teve seu nome citado em conversas gravadas pela Polícia Federal (PF) na Operação Santa Tereza, que investiga um esquema de liberação irregular de verbas do BNDES.

Chinaglia disse ontem que está analisando o caso e reunindo informações publicadas pela imprensa.

Ele voltou a lembrar que o ministro da Justiça, Tarso Genro, garantiu que parlamentares não estariam sendo investigados pela PF. “Amanhã (hoje), decidirei se vou encaminhar à Corregedoria ou não o caso. É um ato próprio face às circunstâncias.

Existe uma situação em que toda imprensa vem perguntando sobre a situação específica deste deputado”, disse Chinaglia.

Caso seja encaminhado pedido de investigação à Corregedoria, o corregedor Inocêncio de Oliveira (PR-PE) deverá ouvir o parlamentar e outras testemunhas citadas.

Recolhidas as informações já apuradas pela PF ele, então, redigirá um parecer indicando a absolvição ou abertura de processo no Conselho de Ética por quebra de decoro.

Se optar pela absolviçao, seu parecer tem que ser aprovado pela mesa diretora.

Se pedir abetura de processo, a mesa encaminha representação ao Conselho.

O deputado Chico Alencar (P-SOL-RJ) antecipou que seu partido vai buscar informação na PF para embasar a eventual representação ao Conselho. “As denúncias são muito graves e por isso vamos buscar todas as informações para fugir do arquivamento prévio de denúncias no Conselho por inconsistências.

A gente quer chegar lá bem fundamentado.” Já o procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, disse que, “se tiver elementos”, pedirá abertura de inquérito para investigar o suposto envolvimento de Paulinho.

O PDT espera para hoje à noite explicações do deputado em reunião da Executiva com a presença de deputados e senadores do partido.

O presidente nacional do PDT e líder na Câmara, deputado Vieira da Cunha (RS), voltou a falar em constrangimento. “Um nome da expressão nacional do Paulinho envolvido no noticiário é extremamente constrangedor.

Não podemos condená-lo ou prejulgá-lo antecipadamente, e nem absolvê-lo sumariamente".