Saiu na frente na apuração o candidato do palácio em Aliança e representante da oposição, Azoka Gouveia (PR).

O deputado federal Inocêncio Oliveira bateu ponto no muncípio, tendo até discutido com o ex-prefeito Carlos Freitas, do PSDB, na porta de uma sessão eleitoral A PM foi chamada e Oliveira saiu. “Uma onda vermelha tomou conta da cidade”, contou mais cedo Inocêncio, ao Blog, apostando na vitória do aliado. 30 pessoas chegaram a ser presas sob acusação de fazerem boca de urna.

Dois dois lados, o vermelho de Azoka e os verdes de Kaka.

O mandato-tampão dura sete meses.

A eleição ocorre depois da queda do ex-prefeito Carlos Freitas (PSDB) – cassado em 2006 sob acusação de compra de votos.

A previsão é de que o resultado do pleito seja divulgado hoje à noite.

A apuração dos votos, no entanto, não é certeza de um fim para a novela política que já dura mais de um ano e deixou a cidade em total clima de instabilidade.

Isso porque Azoka teve a postulação impugnada e concorre sub judice.

O problema com o registro do republicano é o fato de o seu partido não ter mais de um ano no município, uma exigência da legislação.

Ele, contudo, alega, que o PR é uma fusão do PL, sua antiga legenda, com o Prona, não podendo, portanto, ser considerada a mesma regra.

Apesar da insegurança, o postulante está otimista, especialmente depois do reforço que recebeu de aliados.

Na última semana, a pedetista Ana Flávia retirou seu nome da disputa para apoiar Azoka, que tem também ao seu lado legendas como PSB, PTB, PPS, PP, PV e PCdoB.

Já Carlos Guedes, que conta com o apoio do ex-prefeito, no poder há vários anos, tem em seu palanque também o DEM e o PT.

A agremiação petista, no entanto, não está inteira na defesa do tucano.

A corrente Unidade na Luta, do secretário estadual das Cidades, Humberto Costa, aderiu à candidatura de Azoka.

Kaká tem ainda ao seu favor a máquina pública municipal.

Ele comanda a cidade desde o ano passado, depois de ter sido eleito em uma disputa indireta tornada sem efeito pela Justiça.

Ele, no entanto, jamais deixou o posto.

No município, a polarização está presente nos automóveis, muros e casas, repletos de material de campanha.

Os carros de som faziam, até ontem, uma verdadeira guerra de jingles.

Enquanto o grupo de Azoka afirmava que “quem tentou tirar o direito do povo votar não merece o voto do eleitor”, aliados de Kaká bradavam que o adversário caiu de pará-quedas em Aliança. “Fora forasteiro”, diziam os auto-falantes do tucano.

No último comício que realizou, quita-feira, com a presença do governador Eduardo Campos (PSB), Azoka se comprometeu a, se eleito, trabalhar em parceria com os governos Lula e Eduardo.

Já Kaká tem adotado o discurso da continuidade da gestão de Carlos Freitas, apesar das denúncias contra o aliado.

Sobre os apoios do concorrente, minimiza: “Eles falam em Lula, mas o PT está no nosso palanque.

E nossa relação com o governador é boa.

Ele até nos recebeu no Palácio”.

A disputa de hoje tem sido encarada por muitos como uma prévia do pleito regular de outubro.

Especula-se que o grupo do ex-prefeito deverá lançá-lo, enquanto a oposição optará novamente por Azoka.