Do caderno de Cidades do JC Um novo reajuste do preço das passagens de ônibus da Região Metropolitana do Recife começa a ser cogitado, menos de cinco meses depois do último aumento, de 8,59%, em vigor desde janeiro.
Ontem, o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Setrans), Luiz Fernando Bandeira de Melo, defendeu que, com a subida de 8,8% no preço do óleo diesel, anunciada pelo governo federal, será inevitável repassar o reajuste para as tarifas do transporte público. “Ou o Estado e a Prefeitura do Recife abrem mão do ICMS e do ISS, para que o aumento do diesel seja absorvido, ou ele terá que vir da passagem.
As operadoras de ônibus não têm como suportar mais esse custo, ainda mais agora, quando acontece o dissídio dos motoristas, o que representa 50% dos nossos custos”, argumentou Luiz Fernando Bandeira.
O presidente do Setrans pretende procurar o secretário das Cidades, Humberto Costa, e o presidente da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), Dilson Peixoto, segunda-feira, para discutir o assunto. “Queremos saber como eles vão resolver essa questão.
Além do dissídio dos rodoviários, ainda amargamos o insuficiente reajuste das passagens.
Precisávamos de um aumento de 28%, o Estado identificou a necessidade de 14%, mas só deu 8,59%”, explicou Bandeira.
O diesel, segundo o Setrans, corresponde a 30% dos custos do sistema. “Assim como as despesas com o quadro de pessoal, o combustível é importante na planilha de qualquer sistema de transporte público”, disse Bandeira, criticando, ainda, o aumento previsto pelo governo federal. “Não entendo como a União não repassa o reajuste na gasolina para o usuário do carro de passeio e faz o oposto com o transporte coletivo”, criticou.
O presidente da EMTU, Dilson Peixoto, disse que, sendo procurado, receberá os empresários, mas descartou qualquer aumento das passagens. “Determinamos que as tarifas agora serão reajustadas pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e, não mais, pela planilha de custos do sistema.
Demos o aumento em janeiro, acertando que ele valeria por 12 meses.
Portanto, não cogitamos nova majoração”, enfatizou.