Agência Folha de São Paulo Os dois únicos deputados de oposição a Cid Gomes (PSB) na Assembléia Legislativa do Ceará devem começar hoje a recolher assinaturas para a CPI da Sogra, que teria como objetivo investigar as viagens já feitas pelo governador desde que assumiu o mandato, em 2007.
As chances de essa CPI ser aprovada são remotas, como admite a própria oposição, formada por 2 dos 46 deputados.
Para o deputado estadual Heitor Férrer (PDT), Cid cometeu, sim, uma ilegalidade ao dar carona a pessoas estranhas ao governo em uma viagem tão cara. “A lei de improbidade administrativa trata disso.
Não se pode utilizar bens públicos para benefício próprio.
Essas pessoas de fora tiveram sim ganhos pessoais ao viajar de graça para a Europa”, disse ele.
Quase sem chances de acontecer na Assembléia Legislativa, a investigação deve se dar no Ministério Público Estadual e no TCE (Tribunal de Contas do Estado).
Nos dois órgãos, o processo já foi distribuído.
O próprio Cid afirmou ontem que vai provocar a Secretaria da Controladoria e Ouvidoria Geral do Estado para também verificar a legalidade da viagem.
Além da viagem, Cid afirmou que também vai mandar apurar a legalidade de um convênio firmado entre o Estado e uma entidade presidida pela sogra, Pauline Carol Habib Moura, a Federação das Apaes (Associações dos Parentes e Amigos dos Excepcionais) do Ceará.
O jornal “O Globo” publicou ontem que a federação tem um convênio recente de R$ 2,3 milhões com o Estado do Ceará.
Segundo Cid, a entidade já atua com o governo há muitos anos, inclusive em outras gestões, e participou de um edital público, com concorrência, para ser selecionada.
Segundo a Folha apurou, Pauline Carol tem uma filha com síndrome de Down e desde 2003 preside a Federação das Apaes no Ceará.