BRASÍLIA – A oposição reagiu aos resultados da pesquisa CNT/Sensus que apontam que 50,4% são favoráveis a um terceiro mandato para Lula.

Para os oposicionistas, os entrevistados foram influenciados pela intensa agenda do presidente, nos últimos meses, e por uma espécie de campanha dos aliados em favor da extensão do governo.

O presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia (RJ), avaliou que “há uma confusão” na cabeça das pessoas entre os aspectos positivos causados pelo cenário econômico internacional e as ações do governo.

Para ele, essa confusão colabora para que apóiem o 3º mandato.

Autor da PEC da reeleição, o presidente do DEM de Pernambuco, Mendonça Filho, considerou um absurdo a tese do 3º mandato. “Essa tese é esdrúxula e contraria as regras do regime presidencialista. É uma discussão absurda e fora de propósito porque vai de encontro ao princípio básico da democracia que é a alternância de poder.” O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) também comentou a pesquisa.

Ele disse que não se surpreende com o resultado, mas faz um alerta: “Democracia não se constrói em cima de popularidade momentânea.

No auge do escândalo do mensalão, o governo estava com a popularidade no fundo do poço, mesmo assim seria um golpe pedir seu afastamento.

O raciocínio é o mesmo, esteja o governo em alta ou em baixa.

Sendo assim, falar em terceiro mandato é defender uma tese golpista e oportunista.” Já o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB), disse que o resultado acende a discussão sobre a realização de um plebiscito sobre o terceiro mandato. “A pesquisa pode sugerir o plebiscito.

Quem levou vantagem na pesquisa, poderia levar no plebiscito”, disse.

Garibaldi admitiu que a pesquisa deve ecoar no Congresso. “Claro que isso tem repercussão aqui.

Eu só espero que não tenha uma repercussão vulcânica, que leve as pessoas a querer colocar em pauta”.

Da editoria de Política do JC