Por Divane Carvalho* Eles lideram todas as pesquisas de intenção de votos realizadas até agora.

Mesmo assim, os pré-candidatos a prefeito do Recife, Mendonça Filho (DEM) e Carlos Eduardo Cadoca (PSC) vivem uma situação complicada: são fortes eleitoralmente, mas fracos politicamente.

Todos os aliados históricos de Mendonça Filho estão do outro lado: ou apóiam Raul Henry, que vai disputar a cadeira de João Paulo (PT) pelo PMDB, ou com Raul Jungmann (PPS), ou então com o candidato petista, João da Costa.

E mais: o maior eleitor do PMDB, Jarbas Vasconcelos, de quem Mendonça foi vice nas duas vezes em que ele governou Pernambuco, já deixou bem claro que não quer nenhuma aproximação com o ex-companheiro de governo a partir do momento que articulou e lançou o nome de Raul Henry para disputar a Prefeitura do Recife.

Pior.

Mendonça não pode reivindicar qualquer herança do governo que participou.

Porque como poderá explicar aos eleitores que fez e aconteceu ao lado de Jarbas Vasconcelos sem ter ele no seu palanque?

Com Cadoca não é diferente.

Ele também não tem como falar do seu trabalho ao lado de Jarbas Vasconcelos visto que deixou o PMDB e se filiou ao PSC, acenando, assim, para o campo opositor ao jarbismo. É verdade que ele tem o apoio do PP, que garante tempo na TV no horário eleitoral gratuito.

Mas, por outro lado, com que discurso vai convencer os eleitores a votar nele, se faz parte de um partido da base aliada de Lula, mas é contra o PT?

Isolados, os dois correm contra o tempo em busca de uma fórmula para reforçar os respectivos palanques.

Enquanto João Paulo e Eduardo Campos (PSB) articulam dia e noite para que João da Costa tenha o apoio de todos os partidos que ajudaram a eleger o governador e que o petista possa se eleger no primeiro turno. *Divane Carvalho é jornalista.