Por André Dib Lixão da João Lapa, Sitio Histórico de Olinda, 27 de abril de 2008 Ato um Cenário: um local charmoso, bem atrás do prédio da prefeitura, onde moradores das límpidas ruas dos gloriosos casarões ao redor jogam toda a sorte de objetos indesejados: dejetos orgânicos dos quintais, móveis velhos, tubos de TV, e até o corriqueiro lixo doméstico. » Rua Coronel João Lapa, Varadouro.
Morador - Há cinco anos vivo aqui, há cinco anos moro em torno do lixo.
Triste constatação: o primeiro lixão-patrimônio, banheiro público da humanidade, tombado pela Unesco.
Fruto da conjugação de esforços dos cidadãos (que jogam o lixo e outros excrementos sistematicamente) e poder público (que nada faz para mudar a situação).
Em prol de mais um foco de doença: dengue, leptospirose, etc.
Atentado à saúde pública: ratos, mosquitos, baratas, gatos, cachorros… e seres humanos.
Ato dois A montanha de lixo cresce há exatos 22 dias, bem em frente à minha casa - quando chove, fica uma beleza.
Ato três Procurei mais de uma vez os órgãos competentes.
Claudenice, diretora do Centro de Vigilância Ambiental – Ceval / secretaria de saúde, ficou preocupada com a situação.
Informou, após algumas conversas, que procurou o secretário de obras e serviços públicos para providenciar o recolhimento do lixo.
Além disso, propôs ações educativas para a conscientização da comunidade.
Só que o carro do recolhimento nunca chegou.
Enquanto isso… algumas “pérolas” que fui obrigado a ouvir: Vizinho - “Aqui não tem jeito, sempre foi assim. É melhor mudar para outro lugar” POR TELEFONE Eu - “E o que você vai fazer quando a imprensa te procurar?” Lima (funcionário de Serviços Públicos/ secretaria de obras) – “Eles não têm que me procurar.
Eles têm que procurar a assessoria de imprensa da prefeitura” (em outro telefonema) Lima: “eu sei onde você mora, também moro na cidade alta”.
Eu – “Onde?” Lima – “é claro que não vou dizer” (irônico) Ato quatro Resolvi procurar a imprensa antes do quinto ato - denúncia no ministério público.