Brasília – A produção e o emprego na indústria de transformação brasileira cresceram no primeiro trimestre deste ano em relação aos últimos três meses de 2007.
Apesar desse crescimento, a Utilização da Capacidade Instalada caiu no mesmo intervalo, o que indica a entrada em operação de investimentos na produção feitos em 2006 e 2007. É o que mostra a Sondagem Industrial do primeiro trimestre, divulgada hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília. “A avaliação dos resultados da Sondagem mostram que o que provavelmente aconteceu de janeiro a março foi o início das operações de investimentos que vinham sendo feitos desde 2006, por isso a Utilização da Capacidade Instalada recuou mesmo com a produção e o emprego crescendo”, avaliou Renato da Fonseca, gerente de Pesquisa, Avaliação e Desenvolvimento da CNI.
A produção passou de 59 pontos no último trimestre do ano passado para 52,2 pontos de janeiro a março deste ano, segundo a Sondagem.
No mesmo período do ano passado, o indicador fora de 51 pontos.
Na Sondagem Industrial, os indicadores variam de zero a 100 pontos, sendo que valor abaixo de 50 indicam expectativas ou crescimento negativos e acima de 50 mostram expectativa ou crescimento positivos.
Na avaliação das empresas pesquisadas, o emprego ficou em 53,1 pontos no primeiro trimestre de 2008, ante 54,9 pontos de outubro a dezembro de 2007.
O índice é qualitativo e, por isso, embora o resultado da presente edição tenha ficado abaixo do da última, significa crescimento em relação ao trimestre anterior. “Normalmente o primeiro trimestre do ano apresenta queda tanto do emprego quanto da produção, por conta da sazonalidade.
Como neste ano a expectativa de aumento da demanda interna é muito forte, as empresas contrataram no período e intensificaram a produção”, analisou Fonseca.
A Utilização da Capacidade Instalada caiu de 80% nos três meses finais de 2007 para 75% nos três primeiros meses deste ano, apesar do aumento da produção. “É um aparente paradoxo que pode ser explicado pelo aumento da capacidade de produção das indústrias com a maturação de investimentos”, ponderou Renato da Fonseca.
As empresas ajustaram os níveis de estoques no primeiro trimestre deste ano, aponta a pesquisa.
O estoque efetivo-planejado ficou em 50,2 pontos nesta edição, ou seja, muito próximo do planejado (50 pontos).
O ajuste aconteceu por conta de uma redução dos estoques entre o último trimestre de 2007 e os primeiro três meses deste ano.
O indicador de nível de estoque ficou em 49,5 pontos entre janeiro e março, ou seja, queda em relação ao período imediatamente anterior.