Por Raul Henry* Foi o professor Antônio Baltar quem, de forma pioneira nos anos 50, teve a antevisão da Cidade-Metrópole do Recife.

Dois movimentos convergentes do ponto de vista econômico reforçam a centralidade do Recife e tornam ainda mais atual o conceito do professor.

Falo da especialização recente do Recife como centro prestador de serviços modernos e do amadurecimento de Suape como o principal destino de investimentos estruturadores públicos e privados do Brasil de hoje.

Entender esse fenômeno e fazer uma gestão urbana moderna e competente para aproveitar os seus benefícios são o principal desafio econômico do próximo prefeito do Recife.

Quer dizer, ao mesmo tempo em que o prefeito vai ter que enfrentar os problemas sociais da saúde, educação e segurança terá também que preparar a cidade para esse novo papel de dupla centralidade metropolitana - centro nervoso de uma economia de serviços intensivos em tecnologia e de uma economia industrial em profunda transformação.Tenho plena consciência disso e venho me preparando para enfrentar esse desafio, buscando a contribuição de técnicos experientes e compromissados com o nosso futuro.

De uma forma inicial, mas ganhando cada vez mais consistência, já tenho uma visão de futuro para a nossa capital nesse assunto: vamos fazer do Recife a Cidade-Região da Inovação.

As experiências mais avançadas na gestão urbana são por definição inovadoras – criam algo diferente para resolver problemas ou aproveitam oportunidades de maneira mais efetiva.

Ainda mais avançadas são aquelas que inovam ao criar um ambiente adequado para a inovação nas empresas, gerando empregos sustentáveis e bem-estar para a população.

Uma base econômica mais dinâmica e competitiva (e só são competitivos os que inovam sempre) é o pressuposto de crescimento da base fiscal e, portanto, do financiamento das políticas públicas.

Como fazer isso?

As boas práticas de criação de ambientes inovadores no mundo combinam três coisas: investimento em infra-estrutura urbana, adensamento territorial de empresas inovadoras e recursos humanos qualificados.

E quais são os instrumentos de política pública que vamos usar?

Na área da infra-estrutura urbana e do adensamento territorial de empresas inovadoras, a prefeitura deve retomar a requalificação do espaço central do Recife, na tradição do tratamento original do primeira gestão Jarbas de 1985, amplificada pela experiência estadual de implantação do Porto Digital e do Projeto Frente Atlântica, proposto pelo governador Jarbas em parceria com as prefeituras de Olinda e Recife.

Também há que se aprimorar o capital humano da nossa cidade, com programas voltados à qualificação profissional dos nossos jovens, além da requalificar a rede pública de educação fundamental.

A prefeitura deve adequar a oferta das instituições de ensino às demandas reais dos novos empreendimentos.

Não tenho dúvida de que a prefeitura terá que se organizar de forma diferente.

Terá que investir na promoção de ambiente urbano para que o Recife seja a melhor Cidade- Região da Inovação do Norte e Nordeste brasileiros, o melhor lugar para instalar uma nova empresa. É essa a minha visão, é nisso que acredito.

Quero uma oportunidade para implantar essas idéias pelo Recife, pelo futuro dos nossos jovens. *Deputado federal e pré-candidato do PMDB à Prefeitura do Recife, escreve para o Blog às sextas, dentro da série “Recife 2008.

Debate com os Prefeituráveis”.

Excepcionalmente nesta semana, seu artigo vai postado no sábado.