BRASÍLIA – Em discurso hoje à tarde, na tribuna do Senado, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) afirmou que o Brasil não consegue repetir na política os bons resultados que obtém na área econômica.
E responsabiliza o Governo do presidente Lula por isso. “A verdade é que o País acumula resultados positivos na chamada macroeconomia, mas na política a marca principal tem sido a da mediocridade.
O bom combate por parte da oposição é essencial para que o País não seja contaminado por essa praga da mediocridade.
Não devemos permitir que o comportamento da sociedade brasileira, em especial das novas gerações, seja pautado por esses exemplos nocivos”. “Não é de surpreender que a política, em especial no Parlamento, passe por uma fase de tão baixo respaldo da opinião pública, pois os valores que deveriam nortear a prática política estão completamente desvirtuados.
Mente-se da forma mais descarada, sem qualquer sinal de timidez ou de vergonha.
O cinismo e a desfaçatez estão se transformando em virtudes anunciadas.
Manipula-se escancaradamente a verdade olhando nos olhos do manipulado.
Tamanho desvio não pode resultar em coisa boa.
A mediocridade campeia”.
O senador pernambucano fez questão de lembrar a sua longa relação política com Luiz Inácio Lula da Silva, que começou na década de 1970, quando o petista presidia o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, em São Paulo.
Jarbas também citou o apoio que deu a Lula no segundo turno da eleição presidencial de 1989. “Como governador do Estado de Pernambuco, em segundo mandato, entre 2003 e 2006, mantive uma relação de respeito recíproco com o presidente da República.
Quer seja no Recife ou aqui mesmo em Brasília, construímos um diálogo produtivo, que colocava os interesses do nosso Estado e do País acima das divergências partidárias”.
Jarbas Vasconcelos apontou as razões do posterior afastamento que ocorreu entre ambos. “Mas já no primeiro mandato, o Governo Lula dava sinais de que não saberia valorizar as duas agendas, a política e a econômica.
Enquanto manteve corretamente os pressupostos macroeconômicos traçadas nos Governos Itamar Franco e Fernando Henrique, o Governo petista se perdeu na hora de negociar a montagem da sua base de apoio no Congresso Nacional”.
Para Jarbas, a agenda política do Governo Lula começou a desandar quando verbas públicas foram utilizadas para comprar o apoio de partidos e de parlamentares no Congresso Nacional. “Esse “atalho” para obter a maioria parlamentar foi o caminho mais curto para o escândalo do “mensalão”, no qual o apoio parlamentar foi comprado como um pacote de manteiga no supermercado”.